AGRONEGÓCIO
Alimentos podem ficar mais caros com seca no Sul
Publicado em
27 de janeiro de 2022por

SECA NO SUL Foto Blog Tempo
Preços do grupo sobem pelo 18º mês consecutivo e puxam alta do IPCA-15 de janeiro, diz IBGE.
Os preços de alimentação e bebidas subiram em janeiro pelo 18º mês consecutivo no Brasil, apontam dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) divulgados nesta quarta (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Além da sequência de altas, o que causa preocupação é o cenário de riscos que pesa sobre parte da agropecuária neste começo de ano.
Conforme analistas, a estiagem que vem castigando lavouras no Sul ameaça elevar ainda mais os preços de alimentos no Brasil na largada de 2022.
Novas pressões inflacionárias podem ocorrer nos próximos meses devido às perdas em culturas como milho, soja, frutas e hortaliças. Também há impactos negativos da escassez de chuva sobre a produção de leite e carnes.
A estiagem ocorre no Sul enquanto estados como Minas Gerais e Bahia vivem os reflexos de fortes chuvas no começo do ano.
“A questão dos alimentos preocupa pela seca que acontece no Sul, uma região responsável por grande parte do plantio de grãos”, afirma o economista André Braz, pesquisador do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
Em janeiro, a prévia da inflação do grupo alimentação e bebidas acelerou para 0,97% no país, após avanço de 0,35% em dezembro. De acordo com o IBGE, o grupo puxou a alta de 0,58% registrada pelo IPCA-15 no primeiro mês de 2022.
Segundo Braz, a alta de alimentação e bebidas neste mês está relacionada, em parte, a efeitos sazonais. Porém, o impacto da estiagem pode ampliar a carestia nos próximos meses, indica o pesquisador.
Os dados do IPCA-15 mostram que o recuo mais recente nos preços de alimentação e bebidas ocorreu em julho de 2020 (-0,13%).
Logo em seguida, em agosto daquele ano, o grupo iniciou a sequência de 18 avanços. Ou seja, a série de aumentos já se estende por um ano e meio.
De agosto de 2020 a janeiro de 2022, o grupo de alimentação e bebidas acumulou alta de 19,05%, conforme o IBGE. No mesmo período, o avanço do IPCA-15 foi de 14,99%.
“Não dá para condenar ainda o ano do agronegócio como um todo no Brasil, mas, pontualmente, o primeiro trimestre tende a ser complicado. A expectativa de queda de preços, por conta de uma boa entrada da primeira safra, não vai existir mais”, diz o especialista em agronegócio César Castro, do Itaú BBA.
Segundo ele, as perdas de milho e soja na região Sul devem pressionar os custos produtivos para o setor de carnes, já que os grãos servem como insumos para alimentação animal. O consumidor tende a sentir os reflexos nos supermercados.
“Isso gera uma pressão enorme para setores intensivos em rações”, relata Castro.
DÓLAR E CLIMA EXPLICAM ALTA DE PREÇOS DE COMIDA
A carestia de alimentos durante a pandemia, dizem analistas, reflete uma combinação de fatores. Vai desde o dólar alto e o apetite internacional pelas mercadorias, o que incentivou exportações, até a seca e as geadas que prejudicaram lavouras no ano passado.
Os alimentos mais caros afetam principalmente o bolso dos mais pobres, já que a compra de itens básicos pesa mais no orçamento dessa camada da população.
Os produtores não ficam imunes ao quadro e lamentam a alta dos custos produtivos. Isso ocorre porque insumos agropecuários também dispararam na pandemia.
“Essa alta de custos no campo se reflete para o consumidor final, que é a outra ponta da corda”, diz o agricultor Roberto Bernardy, 35, do município de Mondaí, no extremo oeste catarinense, a cerca de 650 quilômetros de Florianópolis.
Ele afirma que o clima adverso aumentou as dificuldades na largada de 2022. Produtor de milho, soja e leite, Bernardy conta que lavouras da região já registram perdas na faixa de 50% devido à estiagem.
“A questão da seca está muito complicada.”
No Rio Grande do Sul, as perdas aos produtores já somam R$ 36,14 bilhões só em soja e milho, calcula a FecoAgro-RS (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul).
Também há dificuldades consideráveis na produção de hortaliças, frutas, leite e carnes, aponta Tarcísio Minetto, economista da entidade.
“A pressão do clima diminui a oferta de produtos, e a tendência dos preços é subir”, resume.
No Paraná, o Deral (Departamento de Economia Rural), ligado ao governo estadual, estimou prejuízo prévio de R$ 25,6 bilhões na safra de grãos 2021/2022. O número deve ser atualizado nesta semana.
IPCA-15 VEM ACIMA DO ESPERADO EM JANEIRO
O IPCA-15 até desacelerou para 0,58% em janeiro, mas segue em dois dígitos no acumulado de 12 meses, de acordo com o IBGE. Em dezembro de 2021, a alta havia sido de 0,78%.
Mesmo com a perda de fôlego, a taxa de janeiro ficou acima das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam avanço menor no período, de 0,44%.
Em 12 meses, o indicador acumulou alta de 10,20%. Nesse recorte, analistas também esperavam variação mais baixa, de 10,04%. Até dezembro, o acumulado era de 10,42%.
O índice oficial de inflação no Brasil é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também calculado pelo IBGE.
Em 12 meses, o IPCA-15 está bem distante da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) para o IPCA, cujo centro é de 3,50% em 2022. O teto foi definido em 5%. Analistas do mercado já projetam novo estouro da meta, o segundo consecutivo.
Em janeiro, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta de preços, segundo o IPCA-15.
Na visão da economista Julia Passabom, do Itaú Unibanco, os resultados sugerem uma inflação que permanece “com cara ruim”.
“Os dados mostram ainda choques relevantes, com pressão na margem”, analisa.
Conforme o economista André Braz, do FGV Ibre, a inflação de alimentos é um dos fatores de preocupação no começo de 2022.
“O IPCA-15 veio acima da expectativa em janeiro. Os alimentos in natura tiveram participação grande. É um efeito sazonal, agravado pela onda de calor no Sul e as chuvas no Sudeste”, afirma.
“Se houver uma quebra de safra expressiva em milho, soja e trigo, complicará a inflação de alimentos, com impacto mais persistente sobre as carnes, porque boa parte dos animais é sustentada com milho e soja”, completa.
Os transportes pegaram a contramão e registraram a única queda de preços entre os grupos no IPCA-15. O recuo foi de 0,41% em janeiro, após forte alta de 2,31% em dezembro.
O resultado de transportes foi influenciado pelas baixas nos preços da gasolina (-1,78%) e das passagens aéreas (-18,21%).
De acordo com Braz, a inflação brasileira, medida pelo IPCA, pode chegar a 6% no acumulado de 2022, dependendo do cenário de riscos. Hoje, a estimativa do pesquisador é de alta de 5,5%.
Após a divulgação do IPCA-15, o Itaú Unibanco revisou para cima sua projeção de IPCA em 2022. A alta prevista passou de 5% para 5,3%.
“O balanço de riscos é altista”, pontua a economista do banco Julia Passabom.
Credit Suisse, por sua vez, elevou a estimativa para o IPCA de 2022 para 6,2%. A previsão anterior era de 6%. O banco afirmou que os “riscos permanecem inclinados para cima, já que o processo de desinflação no país tem sido, historicamente, muito longo e desafiador” (Reuters, 26/1/22)
AGRONEGÓCIO
Senado aprova regulamentação de bioinsumos agrícolas. Mercado pode atingir R$ 20 bi até 2030
Published
10 horas agoon
21 de setembro de 2023By
Da Redação
A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou nesta quarta-feira (20.09) o substitutivo ao projeto que visa regulamentar a produção, importação, registro, comercialização, uso, inspeção e fiscalização, pesquisa e experimentação, bem como incentivos à produção de bioinsumos na agricultura.
De acordo com o projeto, os bioinsumos são definidos como produtos, processos ou tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana destinados ao uso na produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas ou florestais. Eles têm a capacidade de influenciar positivamente o crescimento, desenvolvimento e mecanismos de plantas, organismos e substâncias.
Os bioinsumos incluem estimuladores, inibidores de crescimento, semioquímicos, bioquímicos, agentes biológicos de controle, agentes microbiológicos de controle, fertilizantes orgânicos, bioestabilizantes, biofertilizantes e inoculantes. Eles podem ser usados na agricultura para combater pragas e doenças, melhorar a fertilidade do solo e aumentar a disponibilidade de nutrientes para as plantas, substituindo total ou parcialmente agrotóxicos e fertilizantes sintéticos.
O que são:
- Agentes biológicos de controle: são organismos vivos responsáveis por promover o controle das pragas de forma natural, exercendo a função de predadores e inimigos naturais.
- Bioestimulantes: produtos elaborados a partir de substâncias naturais que podem ser aplicados nas sementes, no solo e em plantas, a fim de melhorar o desempenho, a germinação, desenvolvimento das raízes e outros processos fisiológicos das plantas.
- Biofertilizantes: produto à base de ativos ou substâncias orgânicas animais, vegetais ou microbióticas, que favorecem o aumento da produtividade e a qualidade das plantas.
Condicionadores biológicos de ambientes: substâncias que atuam na melhora da atividade microbiológica dos ambientes de produção. - Inoculantes biológicos: microrganismos concentrados na intensificação do processo natural de fixação biológica de nitrogênio e outras características que beneficiam o desenvolvimento das plantas.
- Produtos veterinários, utilizados para tratar a saúde animal, proveniente de materiais de origem animal ou microbiana, como:
- Vacinas;
- Medicamentos;
- Antissépticos;
- Demais produtos destinados à prevenção, diagnóstico ou tratamento de doenças nos animais.
Além destes produtos, também são considerados bioinsumos os produtos utilizados para embelezar os animais, que atendem à legislação de produção orgânica.
Essa regulamentação inclui tanto os bioinsumos produzidos pelo agricultor exclusivamente para uso próprio quanto aqueles produzidos por agricultores familiares.
O projeto de lei, identificado como PL 3.668/2021, é de autoria do senador Jaques Wagner (PT-BA). O texto original recebeu um substitutivo proposto pelo relator, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que incorporou a aprovação de quatro emendas. Agora, o projeto segue para análise na Câmara dos Deputados, a menos que haja um recurso solicitando sua votação no Plenário do Senado.
Essa iniciativa tem como objetivo incentivar a economia da sociobiodiversidade e promover a transição do uso de agrotóxicos para o uso de bioinsumos, que são produtos naturais. O projeto já havia sido aprovado em primeiro turno no dia 13 de setembro.
Segundo o senador Jaques Wagner, essa regulamentação é fundamental para otimizar o processo de inovação necessário para o uso de bioinsumos no Brasil e proporcionar mais segurança jurídica aos produtores rurais, investidores e à sociedade em geral. O mercado de bioinsumos movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano no país, beneficiando mais de 50 milhões de hectares de produção agrícola e com perspectivas significativas de crescimento. Estima-se que até 2025, o mercado mundial de bioinsumos possa ultrapassar US$ 8 bilhões.
O senador Veneziano Vital do Rêgo enfatizou que o registro de bioinsumos para controle de pragas e doenças no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aumentou de 107 produtos em 2013 para 433 produtos atualmente, refletindo a tendência de crescimento do setor. Ele destacou a importância de apoiar e incentivar esse mercado, que pode alcançar até R$ 20 bilhões em 2030 apenas para controladores biológicos.
Fonte: Pensar Agro

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