AGRONEGÓCIO

Aumento do custo de produção é o maior impacto da guerra sobre agronegócio

Publicado em

Aumento do custo de produção é o maior impacto da guerra sobre agronegócio

Imagem Blog Reconta Aí

 

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que o aumento do custo de produção é um dos maiores impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre a agropecuária brasileira. “As questões relacionadas aos custos são os principais pontos que vemos com preocupação do impacto desta guerra sobre a agropecuária”, disse o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, em vídeo encaminhado ao Broadcast Agro. “Temos um cenário ainda nebuloso pela frente. Precisamos de mais variáveis para ter orientação mais clara, bem como para a mensuração dos impactos sobre o setor agropecuário brasileiro”, ponderou.

Lucchi diz que esse incremento no custo de produção agropecuária deve vir do aumento dos preços dos insumos agrícolas. “O principal insumo utilizado na agricultura é o fertilizante. Grande parte dos (adubos) vem da Rússia, que é um dos maiores produtores globais. O impacto é significativo nos fertilizantes, caso haja desabastecimento ou aumento de preço dos principais produtos”, disse o diretor da CNA, destacando que cerca de 20% dos fertilizantes do complexo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) importados anualmente pelo Brasil vêm da Rússia.

Leia Também:  STF retoma julgamento do Marco Temporal nesta quarta, 20

Há efeitos também na agropecuária brasileira decorrentes do aumento dos combustíveis, em virtude do aumento do petróleo no mercado internacional pela importância energética do país. “A agropecuária brasileira está no interior do País e as distâncias são grandes. O setor é muito afetado pelo aumento do custo frete, seja pelo escoamento da produção seja pelo transporte dos insumos agrícolas. Isso também tem impacto significativo no custo de produção”, afirmou Lucchi. Ele acrescentou que o aumento do petróleo também reflete nos preços dos defensivos químicos e das embalagens.

Outro ponto citado pela CNA como item que afeta o custo de produção da agropecuária é o fortalecimento do dólar ante o real. “O dólar estava em tendência de queda e nesses poucos dias de guerra já ocorreu aumento. Como grande parte dos insumos agrícolas são importados, também pode haver aumento significativo”, afirmou.

Lucchi abordou também o provável aumento do custo de produção para o setor de proteína animal, em virtude das elevações expressivas dos grãos utilizados na alimentação animal. “O aumento das commodities certamente vai afetar o custo das cadeias pecuárias, seja avicultura ou suinocultura. O setor depende da ração”, disse o diretor técnico da CNA.

Leia Também:  Embrapa alerta que importar máquinas usadas traz pragas para lavoura

Em relação especificamente sobre os fertilizantes, Lucchi afirmou que produtores estavam aguardando o segundo trimestre para iniciar a negociação dos insumos e que diante do conflito estão buscando antecipar a compra. “Mais importante do que o cálculo da relação de troca é buscar fornecedores confiáveis que vão garantir a entrega do produto para o plantio e para assegurar os adubos para o fim do ano”, afirmou.

 

Para ele, ainda é “cedo” para ter uma avaliação completa do quadro de abastecimento de fertilizantes ao Brasil. “Precisamos avaliar se o conflito durar por mais tempo e saber como o mercado mundial será afetado. Estados Unidos e Europa iniciam plantio em abril e maio, quando podemos ter antecipação dos problemas que a agropecuária brasileira pode ter de acordo com os problemas que enfrentarão nestes países: se conseguirão produtos e a que preços”, observou (Broadcast, 25/2/22)

COMENTE ABAIXO:
Advertisement
Click to comment

You must be logged in to post a comment Login

Leave a Reply

AGRONEGÓCIO

STF derruba o Marco Temporal por 9 votos a 2

Published

on

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta quarta-feira (20.09) a aplicação da tese do marco temporal na demarcação de terras indígenas. O placar foi de 9 a 2 contra a tese do marco temporal.

A tese prevê que só podem ser demarcadas terras que já estavam sendo ocupadas por indígenas no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Esse entendimento deriva de uma interpretação literal do artigo 231 da Constituição, que diz:

“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.”

O julgamento do recurso sobre o caso voltou à pauta do plenário desta quarta-feira (20). O caso começou a ser deliberado em agosto de 2021.

O voto do ministro Luiz Fux consolidou a corrente que considera que fere a Constituição usar o marco temporal como critério na concessão de áreas aos povos originários.

Votaram nesta linha os ministros:

Leia Também:  Governo encaminha projeto de Lei do Combustível do Futuro ao Congresso

o relator, Edson Fachin
Alexandre de Moraes
Cristiano Zanin
Luís Roberto Barroso
Dias Toffoli
Luiz Fux
Cármen Lúcia
Gilmar Mendes
Rosa Weber

Há dois votos no sentido de validar o uso do marco temporal como um requisito objetivo para a concessão das áreas ao uso indígena:

do ministro Nunes Marques;
do ministro André Mendonça;

Até a conclusão do julgamento, o Supremo deve analisar propostas de tese sobre a questão – sugestões que sintetizam os entendimentos da Corte sobre um tema.

Entre os pontos a serem definidos estão a indenização de não-índígenas que ocupam atualmente áreas dos povos originários e a compensação aos indígenas quando já não for mais possível conceder a área reivindicada.

Uma decisão dos ministros neste caso terá repercussão geral, ou seja, vai ser aplicada em casos semelhantes nas instâncias inferiores do Judiciário. Também vai orientar a demarcação a ser feita pelo Poder Executivo.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

GRANDE CUIABÁ

MATO GROSSO

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA