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AGRONEGÓCIO

Prorrogada emergência contra gripe aviária por 180 dias

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O governo do Paraná anunciou a prorrogação, por mais 180 dias, do estado de emergência zoossanitária para vigilância contra a gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1). A medida foi instituída pelo Decreto 8.721/2025, assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), e tem como objetivo manter a sanidade da avicultura comercial paranaense, maior produtora de carne de frango do Brasil.

Desde a detecção do vírus no Brasil, em maio de 2023, a doença foi identificada apenas em aves silvestres no estado, sem registros em granjas comerciais. No entanto, o alerta permanece elevado diante da chegada do inverno no Hemisfério Norte, período em que aves migratórias podem trazer o vírus para o Sul do Brasil. O Paraná adota medidas preventivas rigorosas para evitar que surtos comprometam sua produção avícola.

A avicultura é um dos pilares do agronegócio brasileiro, com o Paraná na liderança da produção nacional e das exportações. Qualquer contaminação no plantel comercial poderia gerar embargos internacionais, afetando um setor que, em 2023, exportou mais de 5 milhões de toneladas de carne de frango, com o Brasil se consolidando como o maior exportador mundial.

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A prorrogação da emergência zoossanitária reforça o compromisso do estado com a biossegurança, fator essencial para manter a competitividade do frango brasileiro no mercado global. Enquanto países como Chile e Colômbia já registraram casos da doença em produções comerciais, o Brasil segue como uma zona livre de gripe aviária, garantindo a continuidade das exportações.

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O governo paranaense destaca que a medida tem caráter preventivo. O chefe do Departamento de Saúde Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Rafael Gonçalves Dias, reforça a importância da vigilância contínua: “É importante registrar que essa é uma medida preventiva, precisamos nos manter alertas”, afirmou em nota.

A biossegurança nas granjas, o monitoramento de aves silvestres e o controle do trânsito de animais continuam sendo as principais estratégias para evitar a introdução da doença no setor produtivo. A prorrogação da emergência zoossanitária é uma decisão estratégica que reforça a confiança dos mercados internacionais na carne de frango brasileira, garantindo a competitividade do setor e a manutenção dos contratos de exportação.

A manutenção do estado de emergência no Paraná demonstra o compromisso do setor agropecuário brasileiro com a sanidade animal e a segurança alimentar global. Com a gripe aviária afetando a produção de países concorrentes, o Brasil se mantém como fornecedor confiável de carne de frango, consolidando sua posição no comércio internacional. O reforço na vigilância é essencial para proteger o setor e evitar impactos negativos para a avicultura nacional.

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Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Abismo bilionário: MT destinou 32,2 vezes mais verba ao agronegócio que à agricultura familiar entre 2019 a 2025, entenda os números

Em Mato Grosso, análise orçamentária (2019-2025) aponta que o agronegócio recebeu 32,2 vezes mais verbas estaduais que a agricultura familiar, apesar de recentes anúncios do governo sobre investimentos recordes e priorização do pequeno produtor.

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disparidade investimento agronegócio agricultura familiar Mato Grosso
Análise do orçamento de Mato Grosso (2019-2025) revela significativa disparidade no investimento estatal entre agronegócio e agricultura familiar, contrastando com recentes declarações governamentais de priorização e aumento de aportes para o pequeno produtor.

Análise orçamentária de 2019 a 2025, baseada em dados públicos, revela priorização contínua do agronegócio, mesmo diante de anúncios de investimentos recordes na agricultura familiar pelo governo estadual.

Em um cenário de intensos debates sobre o futuro do campo mato-grossense, o governador Mauro Mendes (União Brasil) subiu ao palanque neste sábado (24 de maio de 2025), em Campo Verde, para reafirmar o que chamou de “paixão verdadeira pela agricultura familiar” e destacar um volume de investimentos supostamente recorde no setor desde o início de sua gestão, em 2019.

Veja os gráficos no final da matéria.

Durante o lançamento do Programa Solo Vivo, evento que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi marcado por vaias ao governador, Mendes apresentou números que apontariam para uma multiplicação dos aportes destinados aos pequenos produtores. Segundo o governo, os investimentos estaduais na agricultura familiar saltaram de R$ 62 milhões (entre 2011-2018) para mais de R$ 441 milhões (2019-2024), com algumas fontes da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) citando um total que alcançaria R$ 705 milhões, considerando diversas frentes.

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O governador detalhou iniciativas como um financiamento inédito de quase R$ 500 milhões junto ao Banco Mundial, “exclusivamente na Agricultura Familiar”, e a destinação de “cinco por cento do Fethab, pago pelos produtores de Mato Grosso (…) exclusivamente para a agricultura familiar”. “Isso é fazer justiça, porque a maioria desses grandes um dia também foram pequenos”, declarou Mendes, embora esta fala tenha sido recebida com reações adversas por parte do público. A narrativa do governador, que relembrou seu passado “na roça”, buscou reforçar um compromisso pessoal com o setor, posicionando Mato Grosso como detentor de “um dos maiores programas desse país para agricultura familiar”.

Contudo, paira a questão: como esses números e declarações se alinham com a distribuição geral dos recursos orçamentários do Estado, especialmente quando colocados lado a lado com os vultosos montantes direcionados ao agronegócio?

Com base em dados públicos do Portal da Transparência, coletados e analisados pelo ConexãoMT, esta reportagem mergulha na execução orçamentária de Mato Grosso entre 2019 a 2025 (PLLOA e LOA). O objetivo é destrinchar a proporção dos investimentos e entender a real dimensão do apoio financeiro estatal a cada um desses dois pilares da economia mato-grossense, permitindo uma visão mais nítida sobre as prioridades refletidas nos cofres públicos. A análise que se segue busca, justamente, entender os números por trás do “abismo bilionário” anunciado no título.

Para entender melhor:

Antes de mergulhar nos dados anuais, é importante compreender duas siglas cruciais:

  • PLLOA (Proposta de Lei Orçamentária Anual): Refere-se ao planejamento inicial do governo, ou seja, quanto se pretendia investir em cada setor. É o orçamento que o governo manda para a Assembléia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) votar.
  • LOA (Lei Orçamentária Anual): Representa o orçamento efetivamente aprovado Assembléia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e executado, ou seja, quanto foi realmente destinado ou autorizado para gasto ao longo do ano. Para 2025, os dados da LOA refletem o orçamento já definido e aprovado para o exercício.

2019: o ponto de partida da análise

No apagar das luzes de 2019, os números já eram contundentes. O governo de Mato Grosso planejou investir R$ 25,6 milhões na agricultura familiar, via PLLOA. Na execução, registrada na LOA, o valor ficou em R$ 26 milhões. Em contrapartida, o agronegócio – cujas verbas incluem ações ligadas à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) – tinha previstos e efetivamente recebidos R$ 732,4 milhões apenas com recursos do tesouro estadual.

Isso significa que, naquele ano, para cada R$ 1 destinado à agricultura familiar, o agronegócio recebeu cerca de R$ 28. Uma diferença que, já naquele momento, acendia o alerta para uma desigualdade estrutural e uma escolha política clara. Os recursos da agricultura familiar, geridos principalmente pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf) e pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), visavam programas de mecanização e regularização fundiária. Já o montante do agronegócio irrigava a defesa agropecuária, certificações, logística e fomento industrial.

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📊 Box Informativo – Investimentos do Governo de MT em 2019

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Setor Valor na PLLOA (R$) Valor na LOA (R$)
Agricultura Familiar 25.652.887 26.052.887
Agronegócio 732.497.000 732.497.000
Diferença 706.844.113 706.444.113

2020: a balança continua a pender

No ano seguinte, 2020, o cenário não apenas se repetiu, como em alguns aspectos, a diferença na execução se acentuou. O planejamento (PLLOA) indicava R$ 18,9 milhões para a agricultura familiar contra R$ 459 milhões para o agronegócio. Contudo, na prática (LOA), a agricultura familiar contou com R$ 25,2 milhões, enquanto o agronegócio viu seus recursos saltarem para R$ 624 milhões.

A matemática é clara: o agronegócio recebeu quase 25 vezes mais recursos efetivamente aplicados do que a agricultura familiar. Uma escolha que, segundo o próprio texto base daquele ano, fortalecia o modelo exportador em detrimento da produção de alimentos para consumo interno, num estado onde, ironicamente, 70% dos alimentos consumidos viriam da agricultura familiar. O dinheiro dos pequenos produtores foi pulverizado em ações como estruturação de canais de comercialização e agroindústrias comunitárias, um volume considerado insuficiente para as mais de 100 mil famílias de agricultores. Enquanto isso, o agro focava em defesa sanitária e infraestrutura para escoamento.

📊 Box Informativo – Investimentos do Governo de MT em 2020

Fonte Agricultura Familiar (R$) Agronegócio (R$) Diferença (Agronegócio – AF) (R$)
PLLOA (Planejado) 18.925.431,00 459.223.067,00 +440.297.636,00
LOA (Executado) 25.206.444,00 624.732.888,00 +599.526.444,00

2021: prioridades reforçadas

Avançando para 2021, a lógica de priorização massiva do agronegócio se manteve. A agricultura familiar teve R$ 50,6 milhões previstos na PLLOA e R$ 52,1 milhões executados na LOA. Já o agronegócio, contou com uma previsão de R$ 952,7 milhões e uma execução de R$ 910,1 milhões.

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A diferença na prática foi de quase 20 vezes mais recursos para o setor de grande escala. Uma política que, como apontado, impacta diretamente as condições de vida de milhares de pequenos produtores, questionando o financiamento de um modelo concentrador enquanto famílias que dependem da agricultura familiar para sobreviver recebiam “parcos recursos”.

📊 Box Informativo – Investimentos do Governo de MT em 2021

Categoria Previsto (PLLOA) (R$) Executado (LOA) (R$)
Agricultura Familiar 50.676.761,00 52.176.766,00
Agronegócio 952.692.918,00 910.148.475,00
Diferença Absoluta 902.016.157,00 857.971.709,00

2022: o abismo se alarga ainda mais

Em 2022, a discrepância orçamentária tornou-se ainda mais evidente. A agricultura familiar contou com R$ 94,9 milhões tanto na previsão (PLLOA) quanto na execução (LOA). Para o agronegócio, a previsão foi de R$ 3,18 bilhões, com uma execução de R$ 2,96 bilhões.

Isso significou que o setor empresarial rural recebeu mais de 33 vezes o que foi destinado à agricultura familiar na execução orçamentária de 2022. Um desequilíbrio que, segundo a análise da época, impactava directamente a capacidade de desenvolvimento dos pequenos produtores e a segurança alimentar. Os recursos da agricultura familiar foram direcionados para mecanização e apoio a organizações, enquanto os bilhões do agronegócio cobriram de infraestrutura logística a incentivos fiscais.

📊 Box Informativo – Números de 2022

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Setor Previsto (PLLOA) (R$) Executado (LOA) (R$)
Agricultura Familiar 94.919.707,00 94.919.707,00
Agronegócio 3.181.889.949,00 2.960.789.949,00

2023: uma tendência consolidada

Chegando a 2023, o padrão de investimento se consolidou. A agricultura familiar teve R$ 108,5 milhões previstos e executados. O agronegócio, por sua vez, contou com R$ 3,45 bilhões, também idênticos na previsão e execução.

Para cada real destinado à agricultura familiar, o governo estadual alocou mais de R$ 31,80 para o agronegócio. O montante para os pequenos produtores representou apenas 3,05% do que foi canalizado para as grandes cadeias. A crítica é direta: o discurso de apoio à agricultura familiar não se traduzia em prática orçamentária, com os pequenos produtores seguindo “desassistidos” e o agronegócio mantendo-se como “prioridade quase exclusiva”.

📊 Box Informativo – Números de 2023

Setor Previsto (PLLOA) (R$) Executado (LOA) (R$)
Agricultura Familiar 108.576.847,00 108.576.847,00
Agronegócio 3.453.723.489,00 3.453.723.489,00

2024: desigualdade em ascensão

O orçamento para 2024, definido no ano anterior, não trouxe alívio, pelo contrário. A agricultura familiar teve destinados R$ 115,2 milhões. O agronegócio, por sua vez, contou com R$ 4,04 bilhões.

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A conta revela que o governo estadual destinou 35 vezes mais recursos ao agronegócio. Uma discrepância que, segundo a análise, demonstra que a priorização orçamentária do governo de Mato Grosso seguia centrada no fortalecimento de grandes produtores e cadeias de exportação.

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📊 Box Informativo – Números de 2024

Setor Previsto (PLLOA) (R$) Executado (LOA) (R$)
Agricultura Familiar 115.226.703,00 115.226.703,00
Agronegócio 4.048.943.715,00 4.048.943.715,00

2025: o abismo se aprofunda ainda mais no horizonte orçamentário

Para o ano de 2025, o orçamento definido e aprovado segue a mesma trajetória, intensificando a disparidade. A agricultura familiar tem previsto um montante de R$ 128,8 milhões. Em um contraste ainda mais acentuado, o agronegócio deve receber R$ 5,007 bilhões.

Isso significa que, para cada R$ 1 real destinado à agricultura familiar, o governo de Mato Grosso reservou aproximadamente R$ 38,87 ao agronegócio. A concentração de recursos públicos se agrava, com economistas e especialistas alertando para o aprofundamento das desigualdades no campo e o comprometimento da segurança alimentar.

📊 Box Informativo – Números de 2025

Setor Previsto/Executado (LOA/PLLOA) (R$)
Agricultura Familiar 128.872.773,00
Agronegócio 5.007.871.694,00

Uma escolha política com consequências duradouras

Ao longo de sete anos, de 2019 a 2025, o que se observa no orçamento de Mato Grosso é mais do que uma simples alocação de recursos; é a fotografia nítida de uma visão de desenvolvimento. Uma visão que, inegavelmente, tem impulsionado o estado como um gigante do agronegócio no cenário mundial. Contudo, os números, frios e reveladores, levantam questionamentos sobre o custo desse protagonismo para a agricultura familiar, para a diversidade produtiva e para a equidade no campo.

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A crítica que emerge dos próprios dados é que, enquanto bilhões são destinados para fomentar a exportação e as grandes propriedades, as pequenas famílias rurais, que colocam comida na mesa de tantos mato-grossenses, continuam a depender de uma fração do orçamento público. A pergunta que ecoa, ano após ano, orçamento após orçamento, é se não seria possível buscar um maior equilíbrio, ou se a balança continuará a pender tão drasticamente para um lado, possivelmente deixando um rastro de oportunidades perdidas e desigualdades ampliadas para milhares de famílias no vasto território de Mato Grosso.

Gráficos explicativos, leia as legendas de cada gráfico:

🔎 Metodologia do levantamento

A análise dos investimentos do Governo de Mato Grosso na agricultura familiar e no agronegócio, de 2019 a 2025, foi realizada a partir do estudo detalhado das PLLOAs (Projetos de Lei Orçamentária Anual) e das LOAs (Leis Orçamentárias Anuais) de cada ano.

Foram considerados exclusivamente os recursos estaduais, desconsiderando verbas federais, convênios, emendas parlamentares federais e operações de crédito.

O que foi considerado

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Agricultura familiar:

  • Recursos da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SEAF).

  • Programas específicos para mecanização, agroindústrias comunitárias, regularização fundiária, acesso à água, assistência técnica e comercialização.

Agronegócio:

  • Recursos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), do Instituto de Defesa Agropecuária (INDEA) e do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FUNDEIC).

  • Ações para defesa agropecuária, escoamento da produção, incentivos fiscais, desenvolvimento tecnológico e fortalecimento de cadeias de exportação.

🚫 O que ficou de fora

  • Repasses da União.

  • Convênios federais.

  • Operações de crédito.

  • Despesas indiretas sem vinculação clara ao setor.

📊 Como foram calculados os valores

  • Total previsto (PLLOA) e total autorizado (LOA) para cada setor.

  • Diferença absoluta entre agronegócio e agricultura familiar, ano a ano.

  • Proporção: quantas vezes mais o agronegócio recebeu recursos em comparação à agricultura familiar.

📑 Fontes dos dados

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  • Documentos oficiais das PLLOAs e LOAs de 2019 a 2025, volumes:
    ➡️ Econômico, Social e Instrumental.

 

 

 

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