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Rodovias precárias tiram competitividade dos grãos no Arco Norte

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Rodovias precárias tiram competitividade dos grãos no Arco Norte

RODOVIAS DO ACRE Foto Reprodução g1 Rede Amazônica Acre Arquivo 

 A Abiove citou dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que apontaram que 73% das rodovias sob administração pública mostraram irregularidades. A divulgação ocorre em momento em que os embarques de soja dão indicações de menor ritmo devido à sazonalidade

   A precariedade de rodovias no Arco Norte do Brasil, importante corredor de exportação de soja e milho do país, diminui a competitividade dos grãos escoados por essa área, afirmou a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), ao divulgar um levantamento dos pontos mais críticos para o tráfego.

 O estudo, realizado em parceria com as áreas de logística e transporte de suas associadas, incluindo as principais tradings e processadoras de grãos, indicou “muitos pontos em condições precárias, tanto nas federais quanto nas estaduais”, e pediu ação do poder público para a conservação e melhoria das vias.

 O relatório, produzido a partir de inspeções mensais realizadas entre fevereiro e maio, contemplou eixos importantes para o escoamento de grãos: a BR-163, a BR-158 e o trecho da PA-287/TO-335 que liga o Pará até o pátio ferroviário de Palmeirante (TO).

 “Sem boas condições, o frete aumenta, a produtividade obtida até o embarque se perde, as empresas não conseguem se planejar e a competitividade é diluída. O resultado disso tudo é que o desenvolvimento regional fica aquém do potencial”, disse o economista-chefe da Abiove, Daniel Furlan Amaral, em nota.

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 Ele lembrou que o Arco Norte é fundamental para o escoamento da safra brasileira, uma vez que encurta as distâncias das áreas produtoras do centro-norte até os portos do Sul/Sudeste.

 A divulgação ocorre em momento em que os embarques de soja dão indicações de menor ritmo devido à sazonalidade, que concentra os maiores volumes no primeiro semestre, enquanto ganha força a temporada de exportação de milho.

 A Abiove citou dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que apontaram que 73% das rodovias sob administração pública mostraram irregularidades, acarretando um acréscimo estimado de 35,2% nos custos operacionais.

 “Em média, quando um caminhão roda em uma via de qualidade regular, o valor aumenta em 41%. Em condições ruins 65,6%, e em péssimas condições o valor quase dobra, chegando a 91,5%”, disse a Abiove, em momento em que o país lida para garantir o abastecimento de diesel no exterior, com o mercado global mais apertado pelo impacto da guerra no Leste Europeu.

 O relatório destacou a importância da alocação de recursos públicos para a manutenção das rodovias e a competitividade da economia brasileira, “bem como para a redução do consumo de combustíveis e de indicadores de acidentes”.

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 A associação disse que o levantamento identificou trajetos não asfaltados e inúmeros com asfalto esburacado, que degrada pneus, encarece a manutenção dos veículos e dificulta a trafegabilidade, aumentando o consumo de combustível e o tempo de viagem.

  “Há, também, ausência de acostamento e terceira faixa em algumas partes que, somada à profundidade dos buracos, torna o trânsito perigoso, gerando riscos de acidentes que poderiam ser evitados com investimentos na pavimentação, sinalização e geometria das rodovias.”

 Na BR-158, por exemplo, em épocas de chuva são registrados atoleiros, como na localidade entre o entroncamento do “Luizinho” e Alto da Boa Vista.

 A BR-163 também apresenta inúmeros obstáculos, disse a associação sobre a chamada Rodovia da Soja.

 “Alguns pontos com grande movimentação não possuem terceira faixa e acostamento, como entre Jangada e Posto Gil. Mesmo as pistas duplicadas já mostram sinais de necessidade de manutenção. São muitos buracos em curvas, no início dos morros e em locais de baixa visibilidade” (Reuters, 29/6/22)

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Senado aprova regulamentação de bioinsumos agrícolas. Mercado pode atingir R$ 20 bi até 2030

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A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou nesta quarta-feira (20.09) o substitutivo ao projeto que visa regulamentar a produção, importação, registro, comercialização, uso, inspeção e fiscalização, pesquisa e experimentação, bem como incentivos à produção de bioinsumos na agricultura.

De acordo com o projeto, os bioinsumos são definidos como produtos, processos ou tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana destinados ao uso na produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas ou florestais. Eles têm a capacidade de influenciar positivamente o crescimento, desenvolvimento e mecanismos de plantas, organismos e substâncias.

Os bioinsumos incluem estimuladores, inibidores de crescimento, semioquímicos, bioquímicos, agentes biológicos de controle, agentes microbiológicos de controle, fertilizantes orgânicos, bioestabilizantes, biofertilizantes e inoculantes. Eles podem ser usados na agricultura para combater pragas e doenças, melhorar a fertilidade do solo e aumentar a disponibilidade de nutrientes para as plantas, substituindo total ou parcialmente agrotóxicos e fertilizantes sintéticos.

O que são:

  • Agentes biológicos de controle: são organismos vivos responsáveis por promover o controle das pragas de forma natural, exercendo a função de predadores e inimigos naturais.
  • Bioestimulantes: produtos elaborados a partir de substâncias naturais que podem ser aplicados nas sementes, no solo e em plantas, a fim de melhorar o desempenho, a germinação, desenvolvimento das raízes e outros processos fisiológicos das plantas.
  • Biofertilizantes: produto à base de ativos ou substâncias orgânicas animais, vegetais ou microbióticas, que favorecem o aumento da produtividade e a qualidade das plantas.
    Condicionadores biológicos de ambientes: substâncias que atuam na melhora da atividade microbiológica dos ambientes de produção.
  • Inoculantes biológicos: microrganismos concentrados na intensificação do processo natural de fixação biológica de nitrogênio e outras características que beneficiam o desenvolvimento das plantas.
  • Produtos veterinários, utilizados para tratar a saúde animal, proveniente de materiais de origem animal ou microbiana, como:
  • Vacinas;
  • Medicamentos;
  • Antissépticos;
  • Demais produtos destinados à prevenção, diagnóstico ou tratamento de doenças nos animais.
    Além destes produtos, também são considerados bioinsumos os produtos utilizados para embelezar os animais, que atendem à legislação de produção orgânica.
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Essa regulamentação inclui tanto os bioinsumos produzidos pelo agricultor exclusivamente para uso próprio quanto aqueles produzidos por agricultores familiares.

O projeto de lei, identificado como PL 3.668/2021, é de autoria do senador Jaques Wagner (PT-BA). O texto original recebeu um substitutivo proposto pelo relator, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que incorporou a aprovação de quatro emendas. Agora, o projeto segue para análise na Câmara dos Deputados, a menos que haja um recurso solicitando sua votação no Plenário do Senado.

Essa iniciativa tem como objetivo incentivar a economia da sociobiodiversidade e promover a transição do uso de agrotóxicos para o uso de bioinsumos, que são produtos naturais. O projeto já havia sido aprovado em primeiro turno no dia 13 de setembro.

Segundo o senador Jaques Wagner, essa regulamentação é fundamental para otimizar o processo de inovação necessário para o uso de bioinsumos no Brasil e proporcionar mais segurança jurídica aos produtores rurais, investidores e à sociedade em geral. O mercado de bioinsumos movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano no país, beneficiando mais de 50 milhões de hectares de produção agrícola e com perspectivas significativas de crescimento. Estima-se que até 2025, o mercado mundial de bioinsumos possa ultrapassar US$ 8 bilhões.

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O senador Veneziano Vital do Rêgo enfatizou que o registro de bioinsumos para controle de pragas e doenças no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aumentou de 107 produtos em 2013 para 433 produtos atualmente, refletindo a tendência de crescimento do setor. Ele destacou a importância de apoiar e incentivar esse mercado, que pode alcançar até R$ 20 bilhões em 2030 apenas para controladores biológicos.

Fonte: Pensar Agro

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