Situação Crítica nas Finanças de Cuiabá
O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), anunciou um decreto de calamidade financeira devido à grave crise herdada da gestão anterior. Durante entrevista realizada na última sexta-feira (03), Brunini destacou que a falta de recursos no caixa da prefeitura inviabiliza o pagamento de salários de servidores e a manutenção de serviços essenciais.
Além disso, atualmente o município possui apenas R$ 26,4 milhões em suas contas, incluindo o Fundo Municipal de Saúde (FMS) e o Fundo Municipal de Educação (FME). Apesar de transferências recentes, como os R$ 6,3 milhões provenientes do ICMS e os R$ 30 milhões de uma emenda parlamentar para a saúde, R$ 10,5 milhões desse montante já foram comprometidos para despesas programadas pela gestão anterior.
Impacto no Pagamento de Salários e Serviços
Conforme explicado pelo prefeito, a prefeitura enfrenta dificuldades para quitar os salários de dezembro e janeiro. “Com os recursos atuais, não temos como pagar duas folhas salariais e ainda manter os serviços essenciais, como coleta de lixo, saúde e educação”, afirmou Brunini. Dessa forma, essa situação também resultou na necessidade de cortes drásticos, incluindo a redução de R$ 300 milhões em contratos de serviços de tecnologia e outros setores.
Decreto e Medidas Emergenciais
O decreto de calamidade financeira, com vigência de 180 dias, tem como objetivo centralizar esforços na manutenção de serviços essenciais e na estabilização das contas municipais. Além disso, uma auditoria está em andamento para identificar novos ajustes financeiros.
Brunini assegurou que o pagamento dos salários dos servidores é prioridade e descartou o escalonamento dos vencimentos. “Estamos comprometidos em honrar nossos compromissos com a população, mesmo em meio às dificuldades”, afirmou.
Próximos Passos
Nos próximos meses, a prefeitura planeja reavaliar contratos e implementar medidas de contenção de despesas. Dessa maneira, o objetivo é garantir uma gestão fiscal equilibrada, minimizando os impactos da crise na população.
Prós e Contras do Decreto para a Administração Pública
O decreto de calamidade financeira confere à administração municipal uma série de flexibilizações legais que permitem a adoção de medidas emergenciais. Entre os prós, está a possibilidade de:
- Realizar contratações diretas, sem a necessidade de licitações demoradas, para assegurar a continuidade de serviços essenciais como saúde e coleta de lixo.
- Renegociar contratos vigentes de forma acelerada, ajustando valores e prazos para melhor atender à realidade financeira.
- Suspender temporariamente obrigações contratuais ou financeiras que não sejam essenciais, redirecionando recursos para áreas prioritárias.
Por outro lado, existem contras que precisam ser considerados:
- A dispensa de licitações pode aumentar o risco de irregularidades ou favorecimentos indevidos.
- As medidas emergenciais podem gerar resistência de fornecedores ou parceiros, afetando a continuidade de alguns contratos.
- A percepção de instabilidade financeira pode impactar a confiança de investidores e credores.
Além disso, sem o decreto, a legislação impõe prazos e procedimentos rigorosos para licitações e renegociações contratuais, o que poderia retardar a resolução de problemas urgentes e comprometer a prestação de serviços essenciais. O decreto, portanto, confere agilidade à administração pública em momentos de crise.
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