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VÁRZEA GRANDE

Prefeita destaca ações e aponta principais desafios de Várzea Grande no III Congresso Nacional de Gestão Pública

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Flávia Moretti foi a única prefeita convidada de Mato Grosso para expor ações empreendidas nos primeiros meses de gestão

A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), participou como expositora do III Congresso Nacional de Gestão Pública. O evento ocorreu na tarde desta quinta-feira (29) em Brasília. Moretti, foi a única prefeita de Mato Grosso convidada a expor apontou as suas principais ações durante os primeiros cinco meses de mandato.

Conforme a divulgação do Congresso, o evento foi criado para promover discussões aprofundadas sobre temas fundamentais, como inovação, sustentabilidade e os impactos da transformação digital na gestão pública. Por meio de palestras, debates e networking, o evento visa contribuir para a sustentabilidade fiscal, a otimização da gestão pública e a melhoria contínua dos serviços oferecidos à sociedade, fortalecendo o desenvolvimento institucional e econômico.

Ela destacou o reinício de cinco obras de creches e escolas municipais que estavam paradas desde 2013 para combater a falta de vagas na educação municipal; a implantação do Fila Zero na saúde parceria com o governo de estado que está realizando procedimentos médicos de média e alta complexidade inéditos dentro de Várzea Grande; o início do processo de concessão do Departamento de Água e Esgoto; o início de obras estruturantes no bairro Paiaguás; entre outras importantes ações.

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“Nosso comprometimento é com o povo, temos muitos desafios, mas vamos encarar todos de frente, com coragem, com determinação e com muito trabalho. Nosso Município não tem mais empresas, pois temos problemas de saneamento (água e esgoto); somos os maiores devedores de precatórios do estado de Mato Grosso, a dívida é de R$ 1 bilhão, inclusive devemos mais que o próprio governo do estado, por esta razão 12% da nossa receita é bloqueada para pagar essa dívida; entre outros tantos problemas. Várzea Grande não merecia passar por tudo isso, mas viemos para encarar esses desafios e estamos investindo no nosso maior bem que é a população”, destaca Moretti.

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E completou: “Fomos eleitos para resolver, principalmente, a questão do abastecimento de água. Iniciamos o processo de concessão, porém, até lá precisamos continuar fazendo investimentos para melhorar os serviços para população. Quando cheguei aqui em Brasília, fui ao Ministério das Cidades e consegui destravar um recurso que estava disponível desde 2013 para o saneamento básico (água e esgoto). Este recurso não tinha chegado ao Município por falta de documentos. Tratamos apenas 12% do esgoto, o sistema ainda é muito precário e por isso estamos entre os piores índices de saneamento. Infelizmente, também não temos água na torneira e isso afasta empresas de investirem em nosso Município. Queremos e vamos mudar esta realidade”, discursou a prefeita.

Ela lembrou que o Pronto-Socorro e Hospital municipal é uma unidade de estrutura precária, antiga e não teve a devida atenção nos últimos anos. “Essa unidade é a única de grande porte em alta complexidade de portas abertas para todo o Estado, Baixada Cuiabana, e até estados e países vizinhos. São 192 leitos e recebemos em torno de 400 pessoas para internação ao mês.  pois atendemos todo o estado e até pessoas de países vizinhos. Nós aderimos o programa Fila Zero e estamos realizando junto com o governo de Mato Grosso diversos procedimentos inéditos nesta unidade de saúde pública. Entrevistei alguns moradores que esperavam cirurgias há mais de dez anos”, conta.

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A prefeita também lembra que o Município tem baixa arrecadação para enfrentar os desafios. “O nosso maior dilema é como administrar a cidade sem dinheiro? Nossa cidade estava muito abandonada, não imaginei que teríamos problemas além da água. Mas, vamos mudar Várzea Grande, na verdade, já estamos mudando, estamos dando uma nova cara para o nosso Município”, finaliza a prefeita.

Fonte: Prefeitura de Várzea Grande – MT

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Seu dinheiro vale menos? Várzea Grande arrecada mais com imposto ‘invisível’ e o custo de vida só aumenta; entenda

Apesar do aumento de 20% na arrecadação de ISS, a gestão da prefeita Flávia Moretti em Várzea Grande enfrenta um colapso em serviços essenciais. A matéria detalha a crise na saúde, com denúncias do CRM-MT, a falha no abastecimento de água e a precariedade do transporte, questionando a eficiência administrativa e o destino dos recursos públicos.

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A fachada do Pronto-Socorro de Várzea Grande contrasta com a celebração do aumento de arrecadação, simbolizando a distância entre a receita fiscal e a qualidade dos serviços essenciais.
A fachada do Pronto-Socorro de Várzea Grande contrasta com a celebração do aumento de arrecadação, simbolizando a distância entre a receita fiscal e a qualidade dos serviços essenciais. Foto: Rogério Florentino.

Em meio a uma saúde em colapso e promessas não cumpridas no abastecimento de água, a prefeitura celebra arrecadação recorde; análise revela o abismo entre o discurso fiscal e a dura realidade dos serviços públicos.

A conta do corte de cabelo, a mensalidade da academia, o conserto do carro. Para o morador de Várzea Grande, a percepção de que o dinheiro compra cada vez menos não é uma ilusão. É o efeito concreto de um imposto “invisível” que, enquanto encarece os serviços, financia uma máquina pública cuja eficiência é, no mínimo, questionável. Em um paradoxo chocante, a mesma administração que celebra um salto de quase 20% na arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS) é a que comanda um sistema de saúde a beira do colapso e que ainda não resolveu a principal promessa de campanha: levar água para a torneira de todos.

O anúncio “triunfante” veio em junho de 2025: a receita do ISS saltou de R$ 9,65 milhões para R$ 11,57 milhões, um feito que o secretário de Gestão Fazendária, Marcos José da Silva, creditou à “credibilidade da gestão”. Mas que credibilidade é essa quando a realidade dos serviços essenciais conta uma história tão diferente?

A miragem dos números e o caos administrativo

Ao assumir em janeiro de 2025, a prefeita Flávia Moretti encontrou o que descreveu como uma administração “completamente analógica”, mergulhada em processos de papel e com uma instabilidade refletida nas cinco trocas de secretários no primeiro escalão em apenas cinco meses. Em meio a esse cenário, um avanço notável foi, ironicamente, na transparência: o índice da Controladoria saltou de 69,9% para 93,3%. Na prática, nunca se teve tantos dados para comprovar o quão profundos são os problemas da cidade.

Enquanto a arrecadação sobe, a gestão ainda luta para se modernizar, enfrentando a resistência de uma cultura burocrática e sistemas obsoletos. A questão que se impõe é inevitável: com mais dinheiro em caixa, vindo tanto do aumento de impostos quanto dos R$ 359,1 milhões em transferências federais (de janeiro a novembro de 2024), por que a qualidade de vida do várzea-grandense não melhora na mesma proporção?

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Saúde em colapso: o retrato fiel da crise

O setor mais crítico, e que desmente qualquer narrativa de eficiência, é a Saúde. Vistorias do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) no Pronto-Socorro Municipal pintaram um cenário desolador: superlotação crônica, com 30 pacientes espremidos em um espaço para 20, ausência de medicamentos essenciais e uma flagrante falta de médicos. A situação chegou a um ponto extremo com a interrupção dos serviços da maternidade Rede Cegonha, forçando grávidas em trabalho de parto a buscar socorro na capital.

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Na Enfermaria Pediátrica, a imagem do descaso se materializou em colchões danificados por goteiras, que inutilizaram seis dos dez leitos disponíveis. Para piorar, denúncias de vereadores sobre supostos desvios de insumos e medicamentos na Secretaria de Saúde já foram encaminhadas ao Ministério Público, adicionando a suspeita de irregularidades à já comprovada ineficiência.

A promessa que secou

Principal bandeira da campanha de Moretti, o abastecimento de água continua sendo um teste diário de paciência para a população. Em abril, moradores do bairro Cohab Cristo Rei chegaram a ficar mais de um mês sem água, dependendo da chuva para realizar tarefas básicas. O DAE-VG aponta para atos de vandalismo recorrentes como parte do problema, mas a verdade é que a solução estrutural parece distante. A contratação da Fipe para um diagnóstico que pode levar à concessão do serviço é um plano de longo prazo, que adia uma solução efetiva para além do mandato atual, deixando os moradores com as torneiras secas.

Luzes e sombras nos outros setores

Nem tudo, contudo, é terra arrasada. Na Educação, a gestão expôs uma falha grave herdada: duas mil crianças com deficiência estavam fora do sistema, causando uma perda de R$ 4 milhões do Fundeb. A atual administração agiu para corrigir o problema, além de reativar oito creches e criar mais de 700 novas vagas. No transporte, porém, o cenário é sombrio: a cidade opera com uma deficiência de 40% na frota de ônibus, com apenas 120 veículos para uma demanda que exigiria no mínimo 200. O resultado é a superlotação e viagens intermináveis que se arrastam por dezenas de bairros.

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A credibilidade real se mede no dia a dia

O verdadeiro teste de credibilidade de uma gestão não está em uma planilha de arrecadação, mas na qualidade da saúde, na água que chega às casas e no transporte que serve ao cidadão. Apesar de Várzea Grande ocupar uma modesta 8ª posição estadual no Índice de Progresso Social, os dados mostram que há um abismo entre o potencial financeiro do município e os benefícios entregues à população.

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O aumento de 20% no ISS, sentido no bolso de cada cidadão que paga por um serviço, deveria ser o motor de uma transformação visível. Em vez disso, ele parece servir como uma maquiagem fiscal para problemas crônicos e estruturais. A população de Várzea Grande merece mais do que números positivos em relatórios; merece uma gestão que transforme, de fato, recursos em dignidade. A conta, para o cidadão, ainda não fecha.

 

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