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97% dos pacientes internados não completaram o esquema de imunização

Crise nas UTIs de Mato Grosso: Baixa Vacinação Intensifica Sobrecarga

A baixa vacinação contra Covid-19 agrava a crise nas UTIs de Mato Grosso, com 98% de ocupação e 53 pedidos diários por leitos. Casos como os de Emília e Luiza, que faleceram na espera, mostram a urgência de mais leitos e imunização para aliviar o sistema de saúde.

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Crise UTIs não vacinação Mato Grosso
Pacientes aguardam leitos de UTI em hospital de Mato Grosso, onde a baixa vacinação agrava a crise.

A baixa cobertura vacinal contra Covid-19 é um dos principais fatores que intensificam a crise nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Mato Grosso, onde 97% dos pacientes internados não completaram o esquema de imunização. Com uma média de 53 pedidos diários por vagas e uma taxa de ocupação de 98%, o sistema de saúde pública luta para atender a demanda, enquanto casos graves, que poderiam ser evitados com vacinação, lotam os leitos. Essa sobrecarga expõe as fragilidades do sistema e tem custado vidas, como mostram histórias de famílias que enfrentaram perdas irreparáveis.

Um sistema à beira do limite

Mato Grosso conta com 590 leitos de UTI, incluindo unidades para adultos, crianças e recém-nascidos, conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). No entanto, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) relata que quase todos estão ocupados. Além da falta de vacinação, o aumento na procura por leitos é impulsionado por condições neurológicas, como acidentes vasculares cerebrais (AVC) e traumas, problemas cardíacos e doenças respiratórias graves, como pneumonia e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Doenças sazonais, como dengue, zika e chikungunya, também agravam o cenário.

Judicialização como reflexo das falhas

A Defensoria Pública tem sido um recurso frequente para famílias que lutam por leitos. O defensor Bruno Cury de Moraes, que representa a família de Luiza, chama o caso de “sentença de morte” causada pelo descaso: “O desfecho da inércia sistemática dos entes públicos culminou no óbito da Sra. Luiza Klein em 1º de fevereiro de 2025. A transferência só foi viabilizada mediante bloqueio judicial nas contas do Estado e do Município. Tragicamente, um dia após essa transferência tardia, Luiza Klein não resistiu.”

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Cleide Regina Ribeiro do Nascimento, do Grupo de Atuação Estratégica em Direitos Coletivos de Saúde, destaca que a judicialização evidencia problemas estruturais: “A judicialização se torna inevitável quando o sistema falha em atender o cidadão, mas aprimorar a gestão e planejar melhor os recursos podem ajudar a reduzir essas demandas.” Mesmo com ordens judiciais, a falta de leitos disponíveis – ou a demora na contratação de vagas privadas – muitas vezes impede o atendimento a tempo.

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Demanda crescente e planos futuros

O Sistema de Regulação (SISREG III) aponta a gravidade da situação: em 2024, foram registrados 18 mil pedidos de UTI, e até 31 de março de 2025, já havia 4.801 solicitações. Apenas em janeiro de 2025, a Central Estadual de Regulação contabilizou mais de 1.200 pedidos, evidenciando a pressão contínua.

Para enfrentar a crise, a SES-MT anunciou a construção de seis novos hospitais, mas a ampliação de leitos de UTI ainda não tem data definida. A secretaria também estuda novos contratos com unidades de saúde para aumentar a capacidade de atendimento.

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Vacinação: uma solução ao alcance

A crise nas UTIs reforça a importância da vacinação. Embora a imunização tenha reduzido a ocupação de leitos específicos para Covid-19 – com uma taxa de 20,35% em 2022 –, a alta proporção de pacientes não vacinados mostra que há muito a fazer. A cobertura vacinal incompleta aumenta a vulnerabilidade a casos graves, ocupando leitos que poderiam atender outras emergências.

Valdemar resume o impacto da negligência: “Entramos com pedido na Justiça para que não fique impune. O dinheiro não vai trazer minha mãe, mas que sirva de lição para eles e que outras pessoas não passem o que nós passemos, que outras Luizas não morram.” A solução para aliviar as UTIs passa por mais leitos, melhor gestão e, sobretudo, pelo reforço na imunização para prevenir internações evitáveis, garantindo que o direito à saúde seja respeitado.

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Mistério em Várzea Grande: Polícia Civil prende suspeitos de envolvimento no desaparecimento de morador

A Polícia Civil prendeu suspeitos em Várzea Grande ligados ao desaparecimento de Caio César Selasco Cebalhos, ocorrido em novembro. A Operação Ocultacce continua para localizar outros envolvidos.

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Desaparecimento em Várzea Grande
Polícia Civil prende suspeitos ligados ao desaparecimento de morador em Várzea Grande.

A Polícia Civil de Mato Grosso realizou uma operação na última sexta-feira (25/04) que pode trazer respostas para o angustiante desaparecimento de Caio César Selasco Cebalhos, morador de Várzea Grande. Dois mandados de prisão preventiva foram cumpridos contra indivíduos suspeitos de integrarem um grupo criminoso ligado a sequestro, tortura, homicídio e ocultação de cadáver.

Prisões em unidades prisionais

A ação policial, que contou com a participação da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), cumpriu as ordens judiciais em duas unidades prisionais distintas. Um dos mandados foi executado na Cadeia Pública de Cáceres, com o apoio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF) da mesma cidade. O outro suspeito foi localizado e preso na Penitenciária Central do Estado (PCE). Ambos já se encontravam detidos por outros crimes.

O desaparecimento que intriga

O caso Caio César Selasco Cebalhos se arrasta desde o dia 11 de novembro do ano anterior. Naquela data, ele pediu à esposa para ser deixado em uma panificadora em Várzea Grande, com a intenção de se encontrar com alguém para resolver pendências. Desde então, seu paradeiro permanece um mistério, gerando grande apreensão em familiares e amigos.

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Operação ocultacce continua

As investigações, que integram a Operação Ocultacce, não param por aí. A polícia segue em busca de outros dois homens que teriam participado do crime e que, neste momento, são considerados foragidos. A expectativa é que novas informações e possíveis localizações possam surgir a partir das prisões realizadas.

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A Polícia Civil demonstra, com esta ação, o seu compromisso em elucidar crimes graves e dar uma resposta à sociedade, especialmente em casos de desaparecimento que causam grande comoção. A continuidade das investigações é crucial para que todos os envolvidos sejam responsabilizados e o mistério em torno do desaparecimento de Caio César Selasco Cebalhos seja finalmente desvendado.

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