Mulher de 41 anos buscou a polícia após ser agredida com tapas e chamada de “prostituta”; suspeito teve fiança negada pela autoridade policial.

Um pintor automotivo de 29 anos, B.S.V., foi preso em flagrante. A prisão ocorreu na noite deste domingo (2), em Cuiabá. Ele é suspeito de agredir e injuriar sua companheira, N.M.A.V., de 41 anos. O caso foi registrado no Plantão de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica. A vítima relatou um tapa no rosto e uma série de xingamentos.

A ‘esperança’ e o histórico

O relacionamento do casal durava sete anos. N.M.A.V., que é estudante, disse à polícia que nunca havia registrado ocorrência antes. Ela mantinha a “ESPERANÇA DO AGRESSOR MUDAR”. Segundo o depoimento dela, este não foi um ato isolado.

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Ela afirmou que “SEMPRE FOI XINGADA E AGREDIDA VERBALMENTE” durante a convivência. A vítima detalhou ainda que, quando o suspeito ficava agressivo, ele “A IGNORAVA ALÉM DE AGREDI LA COM TAPAS”. A situação, no entanto, escalou na noite de domingo.

O estopim da agressão

Tudo começou por volta das 23h50. Um amigo de B.S.V. chegou à residência do casal, no bairro São Gonçalo – Beira Rio. A vítima se recusou a ficar com eles. Foi o estopim.

Conforme o relato, o suspeito começou a xingá-la de “PUTA, VAGABUNDA, GAROTA DE PROGRAMA, DESGRAÇADA”. O depoimento da vítima, registrado no boletim 2025.353084, afirma que ele então “FOI EM SUA DIREÇÃO DESFERIU UM TAPA EM SEU ROSTO”. A agressão deixou “UMA VERMELHIDÃO NO LOCAL, CAUSANDO FORTE DOR”. Ela indicou ter fotos da lesão no olho direito.

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O fator financeiro

A violência descrita não foi apenas física ou verbal. A vítima também apontou uma dependência financeira. Ela relatou que B.S.V. pagava sua faculdade. Durante a discussão, ele teria ameaçado cortar o custeio dos estudos. Esse contexto de controle financeiro é frequentemente um componente complexo em casos de violência doméstica.

Silêncio na delegacia

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A Polícia Militar foi acionada via CIOSP. Os cabos Antonio Anastacio da Silva Neto e Willington de Medeiros Ortiz atenderam a chamada. Eles encontraram o casal no local. A vítima repetiu aos policiais as ofensas ouvidas: “VOCÊ É UMA PROSTITUTA, VOCE É UMA PUTA, VAGABUNDA. PEGUE SUA MALA E SUMA.”

Ambos foram levados à Delegacia da Mulher. Já na repartição, B.S.V. agiu diferente. Acompanhado de sua advogada, Adriana Bezerra de Brito, ele “informou que NÃO deseja responder aos questionamentos”. Ele usou seu direito constitucional de permanecer calado.

Sem fiança

O delegado Marcos Cezar Farias Lyra analisou os fatos. Ele ratificou a voz de prisão em flagrante. B.S.V. foi autuado pelos crimes de lesão corporal (Art. 129, §13) e injúria (Art. 140, §2º), ambos no âmbito da Lei Maria da Penha.

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O delegado decidiu não arbitrar fiança. A decisão baseou-se nos artigos 313, III, e 324, IV, do Código de Processo Penal. O suspeito foi encaminhado para a audiência de custódia. A vítima solicitou formalmente medidas protetivas de urgência.