A partir de maio de 2025, quem ganha até dois salários mínimos, ou seja, R$ 3.036 por mês, estará isento do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A decisão veio com a publicação da Medida Provisória nº 1.294, no Diário Oficial da União desta segunda-feira (14), que ajusta a tabela progressiva do imposto para acompanhar o novo salário mínimo de R$ 1.518.
Por que a mudança?
Nos últimos anos, trabalhadores com renda de até dois salários mínimos já estavam livres do IRPF. No entanto, o aumento do salário mínimo em 2025 exigiu uma atualização na tabela do imposto. Até então, a isenção valia para quem ganhava até R$ 2.824, valor baseado no piso de 2024. Sem a correção, parte dos trabalhadores com renda próxima ao novo mínimo poderia acabar pagando imposto, o que reduziria o ganho real do reajuste salarial.
Com a nova medida, o governo garante que a isenção continue beneficiando quem ganha até R$ 3.036, preservando o poder de compra dessas famílias. A mudança entra em vigor a partir de maio, impactando diretamente a folha de pagamento e a declaração de renda do ano-calendário de 2025.
Como funciona a nova tabela do IRPF?
A tabela progressiva do Imposto de Renda define quanto cada pessoa paga de imposto com base na sua renda mensal. Quanto maior o salário, maior a alíquota aplicada. A atualização traz faixas ajustadas para refletir o novo limite de isenção e manter a tributação justa. Veja como fica:
- Até R$ 3.036: Isento, sem pagamento de imposto.
- De R$ 3.036 a R$ 3.533,31: Alíquota de 7,5%, com dedução de R$ 182,16.
- De R$ 3.533,31 a R$ 4.688,85: Alíquota de 15%, com dedução de R$ 394,16.
- De R$ 4.688,85 a R$ 5.830,85: Alíquota de 22,5%, com dedução de R$ 675,49.
- Acima de R$ 5.830,85: Alíquota de 27,5%, com dedução de R$ 908,73.
Esses valores são calculados sobre a base de cálculo, que considera a renda após descontos permitidos, como contribuições para a Previdência Social.
Benefício para milhões de trabalhadores
A isenção para quem ganha até dois salários mínimos é uma medida que alivia o bolso de trabalhadores de baixa renda, como auxiliares, operadores, domésticos e outros profissionais que dependem do piso nacional. Com a correção, o governo evita que o aumento do salário mínimo gere uma carga tributária inesperada, garantindo que o reajuste chegue integralmente às mãos dessas pessoas.
A nova tabela é um passo para manter o sistema de impostos mais alinhado com a realidade econômica, especialmente em um momento em que o custo de vida pressiona as finanças das famílias. A partir de maio, quem se enquadra na faixa de isenção verá um alívio direto no orçamento mensal.
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