em busca de protagonismo
Preso a discurso simplista, Pivetta critica fala de Lula sobre financiamentos do BNDES

O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) voltou a criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por conta de uma futura e incerta e eventual ajuda financeira a países como a Argentina. No seu entendimento, que é equivocado quando contrastado com a realidade dos fatos, a prioridade do Governo Federal deveria ser “ajudar os brasileiros”.
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A declaração foi feita nesta quarta-feira (1º), durante a cerimônia de posse dos deputados estaduais da Assembleia Legislativa.
Em busca de algum protagonismo no cenário nacional, o vice-governador, foi perguntado sobre publicação que fez no Instagram, em que disse que o petista estaria fazendo “caridade a ditadores” ao falar sobre um possível uso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar a Argentina.
“Eu acho que a prioridade do Brasil é ajudar os brasileiros. Nós temos muitos irmãos brasileiros na marginalidade, vivendo em condições precárias”, disse.
Pivetta. Foto: Rogério Florentino
O presidente Lula disse à época que a ideia é que o Brasil seja um protagonista internacional no financiamento de grandes projetos, o que é o mínimo que se espera de um comandante de Estado num mundo globalizado.
No entanto, para Pivetta, que vê o mundo à partir do Palácio Paiaguás, é necessário pensar primeiro no bem-estar da população para, depois, tentar ajudar ou investir em países estrangeiros.
“Temos que concentrar todas as nossas energias para o bem-estar geral no Brasil, depois vamos pensar em ajudar vizinhos ou outros países”.
Negócios pendentes
O vice-governador Otaviano O. Pivetta e o Banco BTG Pactual foram condenados por ato atentatório contra dignidade da justiça, por terem, em conluio, segundo a juíza da causa, fraudado o cumprimento de uma decisão judicial. A ação de execução de sentença, que tramita perante a 2.ª Vara de Nova Mutum (241 KM da Capital). A ação começou seu trâmite em 2017 e hoje o valor atualizado chega a R$ 14.353.144,38.
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Como funcionam os empréstimos?
O chamado programa de financiamentos à exportação dos bens e serviços de engenharia brasileiros consiste no aporte a empresas brasileiras para executarem serviços no exterior.
Durante sua passagem por Buenos Aires, Lula afirmou que a intenção era “ajudar que os países vizinhos possam crescer e até vender o resultado desse crescimento para o Brasil”.
Diferente do que dizem muitos dos conteúdos sobre o tema que circula nas redes sociais, os empréstimos são feitos em reais e no Brasil, para as companhias nacionais. Portanto, quem recebe o dinheiro é a empresa brasileira que vende para fora e não o país.
Ainda faz parte do processo o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), de natureza contábil e vinculado ao Ministério da Fazenda. Ele foi criado em 1997 para servir como um seguro e, caso haja inadimplência do devedor, indeniza o financiador e busca recuperar o valor em atraso.
O esquema gerou polêmica, especialmente durante as gestões petistas, devido ao registro de calotes e de financiamentos que beneficiaram empreiteiras citadas em casos de corrupção.
A prática foi alvo de investigações da Operação Lava Jato e foi largamente criticada pela oposição e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Fontes do governo e do BNDES ouvidas pela BBC News Brasil sob condição de anonimato afirmam, no entanto, que a ideia atual é de que o banco possa atuar no projeto, mas não como fazia no passado, financiando serviços de engenharia realizados por empreiteiras brasileiras.
Agora, segundo essas fontes, o banco se limitaria a financiar a compra de equipamentos e peças fabricadas no Brasil a serem usadas na obra.
Como o Brasil e a população podem ganhar?
Segundo o próprio BNDES, o financiamento da exportação de bens e de serviços produzidos no Brasil tem por objetivo o aumento da competitividade das empresas brasileiras, a geração de emprego e renda no país e a entrada de divisas.
A ideia defendida pelos apoiadores do projeto é que, por meio do empréstimo, as companhias locais possam expandir seu mercado, exportar suas tecnologias e se desenvolver.
O mecanismo, portanto, serviria como um “empurrão” às empresas brasileiras, especialmente as mais novas e que atuam em mercados mais difíceis e competitivos.
Ao mesmo tempo, defende-se que os novos empreendimentos no exterior possam beneficiar de alguma forma o país.
No caso específico do gasoduto argentino, a expectativa é que, no futuro, ele possa representar uma nova fonte de gás para o Brasil.
“Depende muito da forma como for desenhada a proposta”, completa.
O projeto, porém, tem despertado muitos questionamentos ambientais. Para a extração de petróleo e gás na região de Vaca Muerta é necessária uma técnica conhecida como fracking, que consiste em perfurar as rochas e introduzir água, areia e produtos químicos para aumentar a permeabilidade da pedra e fazer o produto escoar mais facilmente.
A técnica, no entanto, pode gerar contaminação na água, na terra e no ar durante o processo de produção, armazenamento e transporte pela quantidade de água utilizada. Justamente por isso está proibida em muitos países.
Ao todo, segundo o próprio BNDES, foram desembolsados cerca de US$ 10,5 bilhões, no período entre 1998 e 2017, para empreendimentos de financiamento em 15 países.
Para o economista e professor do Insper Sérgio Lazzarini, um exemplo bem-sucedido do esquema é o financiamento da produção de aviões da Embraer.
“O caso Embraer é bastante patente. Tratava-se de uma empresa que precisava de financiamento e atuava em um mercado difícil, mas oferecia um produto bom e de tecnologia, com possibilidade de ganho de conhecimento”, diz Lazzarini.
Quais são as desvantagens e riscos para o Brasil?
A possível entrada do BNDES em novos empreendimentos internacionais é considerada um ponto sensível para especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.
Isso acontece, em parte, por conta das dívidas e calotes acumulados por alguns dos países envolvidos.
Segundo o próprio banco, estão atrasados pagamentos da Venezuela (US$ 681 milhões), de Moçambique (US$ 122 milhões) e de Cuba (US$ 226 milhões), em um valor total de US$ 1,03 bilhão acumulado até setembro de 2022. Outros US$ 573 milhões estão por vencer.
Nesses casos, os empréstimos foram pagos pelo FGE, que é custeado pelo Tesouro.
Para Lazzarini, o problema está justamente na avaliação de risco dos empreendimentos nesses países. O professor do Insper publicou, ao lado de outros pesquisadores, um estudo que analisou justamente o custo financeiro incorrido em algumas das operações realizadas entre 2007 e 2015.
Lazzarini vê ainda, no caso específico do projeto do gasoduto em Vaca Muerta, um certo risco relacionado à Argentina.
O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES no governo FHC, afirmou em entrevista ao portal Metrópoles que a Argentina não pode oferecer “garantias fortes” na atual conjuntura. Ele mencionou o fato de que o país vizinho passa por severa crise financeira, com inflação em torno de 95% ao ano.
Já em uma entrevista ao jornal Valor Econômico, outra ex-presidente do BNDES, a economista Maria Silvia Bastos Marques, afirmou acreditar que o Brasil já pagou “preço alto” por usar o banco para financiar obras em países vizinhos sem os devidos parâmetros e planejamento.
“O BNDES foi ressarcido com dinheiro do contribuinte porque fez um empréstimo e não tinha garantia, sendo que a grande justificativa para o empréstimo ter sido feito era ter garantia, então, é um círculo vicioso”, disse a especialista, que comandou o banco entre 2016 e 2017.
O próprio BNDES admite, em seu site, que novas regras podem ser aplicadas em novos projetos para evitar inadimplências.
Há ainda quem defenda que os investimentos podem ser destinados a projetos mais vantajosos para o Brasil.
Especialmente quando se trata da extração e transporte de gás, Marconi vê outras alternativas. “Estamos reinjetando gás do pré-sal por não conseguirmos ainda transportá-lo até o continente e será necessário construir toda uma rede de infraestrutura adicional para que o gás argentino chegue, porventura, nas localidades de maior demanda no Brasil”, afirma.
O especialista afirma que ainda não há uma infraestrutura pronta no país para que o gasoduto Néstor Kirchner se conecte com o Rio Grande do Sul. “E não se sabe a que custo a Argentina venderia este gás para o Brasil”, diz.
Para além das dúvidas sobre riscos e benefícios dos investimentos, outro tema que desperta críticas em relação ao programa é a falta de transparência e os casos de corrupção descobertos no passado.
As suspeitas sobre obras no exterior financiadas pelo BNDES surgiram após o início das investigações da Lava Jato. Os principais alvos da operação foram algumas das maiores empreiteiras do Brasil como Odebrecht, Camargo Correa, OAS, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.
Em 2016, o BNDES suspendeu a liberação de recursos previstos para obras de empreiteiras investigadas na Lava Jato. Em janeiro de 2017, o banco retomou os repasses, liberando recursos para a Queiroz Galvão, que construía um corredor logístico em Honduras.
Também em 2017, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou membros do PT como o presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) por crimes como organização criminosa relacionada ao uso da Petrobras e do BNDES para arrecadação de propina. Em dezembro de 2019, porém, a Justiça Federal do Distrito Federal absolveu Lula e Dilma e outros integrantes do PT que haviam sido denunciados nesse caso.
Para Sérgio Lazzarini, especialmente quando se trata de projetos envolvendo grandes construtoras, o processo de indicação e escolha das empresas nem sempre foi realizado da forma mais transparente.
Em 2012, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), ao qual o BNDES era subordinado, decidiu classificar os contratos de financiamento à exportação de bens e serviços de engenharia para Cuba e Angola como “secretos”, sob o argumento de que possuíam informações estratégicas.
Atualmente, todos os contratos de financiamentos à exportação de bens e serviços de engenharia estão disponíveis na íntegra no site do Banco.
O tópico da transparência foi extensamente explorado por Bolsonaro e seus apoiadores durante a campanha eleitoral de 2018, que se referiam a uma “caixa-preta” do BNDES, especialmente em casos envolvendo o grupo J&F, que controla a JBS.
Durante seu governo, o ex-mandatário conferiu ao ex-presidente do BNDES indicado por ele, Gustavo Montezano, a missão de abrir a dita “caixa-preta” do banco. O objetivo era encontrar irregularidades em empréstimos destinados a países “comunistas”, como Cuba e Venezuela.
Mas em 2020, após um ano e 10 meses de investigação e um gasto de R$ 48 milhões com auditoria, o BNDES divulgou um relatório que não apontou nenhuma evidência direta de corrupção em oito operações com a JBS, o grupo Bertin e a Eldorado Brasil Celulose, realizadas entre 2005 e 2018.
Com G1
DESTAQUE
VLT de Cuiabá é exemplo de tudo o que dá errado em obras no Brasil
Published
4 horas agoon
20 de março de 2023
Em 2012, o governo de Mato Grosso começou a construir uma moderna linha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), uma espécie de bonde, na Região Metropolitana de Cuiabá. Orçada em R$ 1,4 bilhão, a obra era parte do pacote para a Copa de 2014. Mais de dez anos depois, outras duas Copas começaram e acabaram, 2014 é apenas uma lembrança incômoda para o torcedor brasileiro, os trilhos por onde passariam os vagões estão sendo substituídos por pistas, e o VLT se transformou de uma hora para outra num sistema que será operado por ônibus. Mais de R$ 1 bilhão foi gasto, e nada ficou pronto até hoje.
Foto: Rogério Florentino
O histórico da obra do VLT Cuiabá-Várzea
Grande é um triste exemplo dos descaminhos do dinheiro dos contribuintes, duplamente punidos.
Primeiro, ao ser obrigados a pagar por uma obra eivada de irregularidades. Segundo, ao ser privados de um transporte moderno num setor em que o país apresenta carências crônicas.
Quando o projeto foi lançado, na gestão do governador Silval Barbosa (MDB), a expectativa era que os trens transportassem 160 mil passageiros por dia numa linha de 22 quilômetros e 33 estações.
Num roteiro desastroso, misturam-se incompetência, megalomania, longas batalhas jurídicas e muita roubalheira. Em 2017, uma operação da Polícia Federal com o sugestivo nome de Descarrilho apontou na obra e na compra de equipamentos indícios de fraudes em licitação, corrupção ativa e passiva, associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, as empreiteiras pagaram R$ 18 milhões em propina ao governo. Estima-se um sobrepreço de R$ 120 milhões só na compra dos trens. O próprio Barbosa admitiu o esquema de corrupção. As obras foram paralisadas em dezembro de 2014 com 75% dos serviços executados.
Em 2020, o governador Mauro Mendes (União Brasil) decidiu trocar trens por ônibus. O governo alegou que concluir o VLT custaria mais que o dobro. Os trilhos trazidos da Polônia começaram a ser arrancados por retroescavadeiras. Não se sabe o que será feito dos 260 vagões já comprados na Espanha. O novo projeto foi orçado em R$ 468 milhões, com conclusão prevista para 2025. Nesse valor não estão computados os ônibus elétricos, estimados em R$ 200 milhões.
Por mais que a implantação do VLT de Mato Grosso tenha sido um erro de avaliação, é preciso considerar que já foi gasto mais de R$ 1 bilhão. Se houve roubalheira, que se punam os culpados e se peça ressarcimento. Não tem cabimento mudar um projeto quando faltam 25% para sua conclusão.
Do início ao fim, a história do VLT Cuiabá-Várzea Grande mostra tudo o que dá errado com as obras de infra-estrutura no Brasil: planejamento malfeito, contratos superfaturados, promiscuidade entre fornecedores e Estado, corrupção e dinheiro jogado fora em troca de nada para a população. Nas sábias palavras do economista Mário Henrique Simonsen, teria saído mais barato e melhor para todos pagar apenas as propinas.

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