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Itaú renova patrocínio a sistemas de bicicletas por mais dez anos

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Itaú renova patrocínio a sistemas de bicicletas por mais dez anos

(FOLHAPRESS) – O Itaú renovou, por mais dez anos, o apoio a sistemas de empréstimo de bicicletas que leva o nome do banco e atua em dez cidades, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Buenos Aires.


A instituição não revela o valor investido, mas diz que será suficiente para manter e expandir a frota em 50% nos próximos anos. Com isso, a expectativa é que o total de bicicletas chegue a 20 mil veículos.

“Teremos um reforço nas cidades existentes, para atender à demanda reprimida, e também estudaremos a expansão para outras cidades”, diz Luciana Nicola, gerente de Relações Institucionais do Itaú.

Thomas Martins, CEO da Tembici, empresa que opera os serviços, conta que a utilização das bikes atingiu a máxima histórica nos últimos dois meses, superando o número de viagens de antes da pandemia, o que gera a necessidade de ampliação da frota.

“Cada bicicleta faz entre 6 e 8 viagens por dia, um número elevado no mundo todo. Temos visto novas ocasiões de uso para lazer, para mobilidade e para entregas”, explica.

Uma das questões é que os diferentes usos algumas vezes se sobrepõem em um mesmo horário. No começo da noite, por exemplo, há grande procura para ir do trabalho até a estação de metrô, para passeios a lazer e também para entregas de comida, dado o aumento de pedidos na hora do jantar.

O novo investimento também será usado para expandir a oferta de bicicletas elétricas, que ajudam os ciclistas a subir ladeiras e a percorrer distâncias maiores com menos esforço. Atualmente, há 700 modelos com motor, 500 deles no Rio de Janeiro. A expectativa da Tembici é ter mais de 5.000 bikes elétricas em operação nos próximos cinco anos.

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No total, nos últimos dez anos, foram feitas 71 milhões de viagens, por 3 milhões de usuários. A estimativa da empresa é que 32 mil toneladas de CO2 tenham deixado de serem emitidas.

O projeto começou em 2011, no Rio de Janeiro, com o nome Bike Rio. No ano seguinte, chegou a São Paulo, como Bike Sampa. Nos primeiros anos, as bicicletas eram operadas pela empresa Serttel.

Nos anos seguintes, o sistema foi levado a outras cidades e países da América Latina. Hoje, a lista inclui, além de São Paulo e Rio, Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Porto Alegre, Salvador, Santiago (Chile), Buenos Aires e Nordelta (Argentina).

Em 2017, houve troca de operador: saiu a Serttel e entrou a Tembici. Com a mudança, houve um enxugamento na lista de cidades, e lugares como Belo Horizonte e Brasília deixaram de ter as bicicletas laranjas. O nome do serviço foi mudado, para Bike Itaú.

As cidades que se mantiveram no projeto tiveram troca de frota: a Tembici trouxe veículos mais modernos e robustos, fabricados pela PBSC, mesma fornecedora dos sistemas de cidades como Nova York, Toronto e Washington.

O patrocínio de sistemas de bicicleta por bancos também ocorre em outras cidades do mundo. O sistema de Nova York é patrocinado pelo Citibank, e o de Londres, pelo Santander.

No entanto, a expansão da rede em metrópoles de países desenvolvidos é bem mais rápida. Como comparação: em São Paulo, o sistema foi inaugurado em 2012 e tem hoje 2.700 bicicletas e 260 estações. Já o Citi Bike, de Nova York, que começou em 2013, tem atualmente 24 mil bicicletas e planeja chegar a 40 mil delas até o fim de 2024.

Os modelos de parceria do Itaú variam entre as cidades, mas a verba do banco ajuda a custear a operação dos sistemas.

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Outra parte dos recursos vem dos usuários, que podem pagar por viagem ou assinar planos diários, mensais ou anuais. Em São Paulo, o plano mensal custa R$ 37,90 e inclui 4 viagens por dia, de até 45 minutos cada. Os valores variam de acordo com a cidade.

As decisões sobre onde colocar as estações são tomadas em conjunto por governos locais, a Tembici e o Itaú. Uma das críticas ao projeto é que ele ainda se concentra nos bairros mais ricos das cidades onde atua, com raras presenças em bairros mais afastados. Questionado sobre isso, Martins diz que 70% dos usuários das bicicletas não moram na região das estações.

“Não é porque estamos nas áreas centrais que não atendemos diferentes públicos. A bicicleta é a opção mais barata para uma pessoa que vem de áreas mais afastadas fazer a última parte das viagens, como ir do metrô até o trabalho”, pondera. “As estações com maior número de empréstimo são a da Central do Brasil, no Rio, e a do metrô Faria Lima, em São Paulo, e isso já faz uns cinco anos”

Martins diz ainda que a expansão precisa ser feita em bloco, de modo que as estações novas fiquem próximas da rede existente, sem criar núcleos isolados.

Em anos anteriores, o projeto fez testes com empréstimos e bicicletários em bairros das periferias, como Cidade Tiradentes, mas as ideias não avançaram. Atualmente, estão sendo feitos mais estudos para entender como funciona a demanda por bicicleta em bairros atendidos, de modo a gerar dados para os governos e avaliar novas iniciativas, como a criação de bicicletários.

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Governo quer padronizar regras para atividades econômicas sustentáveis

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Até 20 de outubro, o Ministério da Fazenda receberá contribuições para a consulta pública que pretende padronizar definições sobre atividades sustentáveis. A partir desta quinta-feira (21), as sugestões sobre a Taxonomia Sustentável Brasileira, como são chamadas essas regras, poderão ser enviadas por meio do site Participa Mais Brasil.

As regras só serão publicadas em novembro de 2024, mas o governo pretende apresentar as linhas gerais na 28ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), que ocorrerá nos Emirados Árabes Unidos em novembro. Segundo a Fazenda, a padronização é necessária para estabelecer um vocabulário comum sobre o tema e orientar investidores, reguladores e o governo sobre quais atividades sustentáveis podem ser beneficiadas por políticas públicas.

Segundo a subsecretária de Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda, Cristina Reis, a padronização das regras é necessária porque atualmente cada instituição financeira tem os próprios critérios para definir o que são atividades sustentáveis. “A ideia é construir uma taxonomia brasileira interoperável [que possa ser operada] com outras práticas internacionais”, explicou.

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Outro ponto importante das novas regras, destacou a subsecretária, consiste em combater o greenwashing, como são chamadas as falsas práticas ecológicas. “A nova taxonomia vai determinar critérios para a transparência das informações sobre atividades financeiras sustentáveis para combater fraudes [na concessão de incentivos]”, declarou Reis.

Assessor especial do Ministério da Fazenda para temas sustentáveis, Rafael Dubeux explicou que a iniciativa é importante para que empresas que pratiquem atividades não consideradas sustentáveis recebam investimentos e incentivos destinados a não agressão ao meio ambiente e ao clima.

Objetivos

A proposta de consulta pública traz 11 objetivos para a definição de atividades sustentáveis, dos quais sete ambientais e climáticos e quatro sociais. Para se considerada sustentável, as atividades econômicas precisam contribuir significativamente com, pelo menos, um dos objetivos definidos, não prejudicar nenhum dos demais objetivos e respeitar salvaguardas mínimas ambientais e sociais. Práticas que contribuam para a mitigação ou compensação de impactos ambientais ou para a adaptação ao aquecimento global terão prioridade na padronização das regras.

Os sete objetivos ambientais são os seguintes: mitigação da mudança do clima; adaptação às mudanças climáticas; proteção e restauração da biodiversidade e ecossistemas; uso sustentável do solo e conservação, manejo e uso sustentável das florestas; uso sustentável e proteção de recursos hídricos e marinhos; e transição para economia circular.

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Os quatro objetivos sociais são geração de trabalho decente e elevação da renda; reduzir desigualdade socioeconômicas, considerando aspectos raciais e de gênero; reduzir desigualdades regionais e territoriais do país; promover a qualidade de vida, com ampliação do acesso a serviços sociais básicos; e prevenção e controle de contaminação.

Após a publicação das regras, em novembro de 2024, as empresas terão pouco mais de um ano para adaptarem-se, com a Taxonomia Sustentável Brasileira sendo obrigatória a partir de janeiro de 2026. A fixação de critérios de fiscalização ficará para uma etapa posterior. O governo ainda não definiu se será necessário enviar um projeto de lei ou se regulamentará as regras apenas por meio de dispositivos infralegais, como decretos, portarias e instruções normativas.

Fonte: EBC Economia

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