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PT avalia que reforma fragilizou Previdência e que é preciso rediscutir financiamento

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PT avalia que reforma fragilizou Previdência e que é preciso rediscutir financiamento

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – ​O PT avalia que a reforma da Previdência aprovada em 2019 pelo Congresso inviabilizou o sistema hoje existente. Em debates que deverão ser usados como subsídio para o programa de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, economistas do partido defendem novamente mudar o modelo.


“A reforma destruiu a Previdência, nós vamos ter que reconstrui-la”, diz Clemente Ganz, ex-diretor do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e um dos coordenadores do grupo sobre trabalho e Previdência da Fundação Perseu Abramo, entidade ligada ao partido que está à frente de discussões programáticas.

Segundo esta visão, a “precarização” do trabalho implementada sobretudo no governo de Michel Temer (MDB) retirou uma fonte de financiamento importante da Previdência, gerado déficits crescentes.

“O que foi colocado como ambiente regulatório no mundo do trabalho inviabilizou o modelo contributivo no médio prazo. O Estado vai ter que cobrir. Cada ano vai ter que aumentar o aporte do Tesouro para financiar o sistema”, afirma Ganz.

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A discussão sobre novos modelos de financiamento para a Previdência ainda não está fechada no partido, mas não deverá prever uma reversão de medidas como o aumento da idade mínima para aposentadoria, um dos principais pontos da reforma.

“O grande problema da Previdência não estava necessariamente na idade. É desproteger trabalhadores. Nós temos que reverter isso. Não é possível que daqui a dez anos encontremos 10 milhões de velhos mendigando nas ruas”.

O foco é envolver governo, trabalhadores e empresários na tentativa de encontrar novas formas de financiamento. Uma ideia citada por Ganz é fazer a desoneração da folha salarial e mudar a estrutura tributária.

“Talvez a gente tenha que pagar um pouco mais para ter a garantia da Previdência para nossos filhos lá na frente, isso é uma repactuação com a sociedade”, afirma o economista.

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Governo quer padronizar regras para atividades econômicas sustentáveis

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Até 20 de outubro, o Ministério da Fazenda receberá contribuições para a consulta pública que pretende padronizar definições sobre atividades sustentáveis. A partir desta quinta-feira (21), as sugestões sobre a Taxonomia Sustentável Brasileira, como são chamadas essas regras, poderão ser enviadas por meio do site Participa Mais Brasil.

As regras só serão publicadas em novembro de 2024, mas o governo pretende apresentar as linhas gerais na 28ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), que ocorrerá nos Emirados Árabes Unidos em novembro. Segundo a Fazenda, a padronização é necessária para estabelecer um vocabulário comum sobre o tema e orientar investidores, reguladores e o governo sobre quais atividades sustentáveis podem ser beneficiadas por políticas públicas.

Segundo a subsecretária de Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda, Cristina Reis, a padronização das regras é necessária porque atualmente cada instituição financeira tem os próprios critérios para definir o que são atividades sustentáveis. “A ideia é construir uma taxonomia brasileira interoperável [que possa ser operada] com outras práticas internacionais”, explicou.

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Outro ponto importante das novas regras, destacou a subsecretária, consiste em combater o greenwashing, como são chamadas as falsas práticas ecológicas. “A nova taxonomia vai determinar critérios para a transparência das informações sobre atividades financeiras sustentáveis para combater fraudes [na concessão de incentivos]”, declarou Reis.

Assessor especial do Ministério da Fazenda para temas sustentáveis, Rafael Dubeux explicou que a iniciativa é importante para que empresas que pratiquem atividades não consideradas sustentáveis recebam investimentos e incentivos destinados a não agressão ao meio ambiente e ao clima.

Objetivos

A proposta de consulta pública traz 11 objetivos para a definição de atividades sustentáveis, dos quais sete ambientais e climáticos e quatro sociais. Para se considerada sustentável, as atividades econômicas precisam contribuir significativamente com, pelo menos, um dos objetivos definidos, não prejudicar nenhum dos demais objetivos e respeitar salvaguardas mínimas ambientais e sociais. Práticas que contribuam para a mitigação ou compensação de impactos ambientais ou para a adaptação ao aquecimento global terão prioridade na padronização das regras.

Os sete objetivos ambientais são os seguintes: mitigação da mudança do clima; adaptação às mudanças climáticas; proteção e restauração da biodiversidade e ecossistemas; uso sustentável do solo e conservação, manejo e uso sustentável das florestas; uso sustentável e proteção de recursos hídricos e marinhos; e transição para economia circular.

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Os quatro objetivos sociais são geração de trabalho decente e elevação da renda; reduzir desigualdade socioeconômicas, considerando aspectos raciais e de gênero; reduzir desigualdades regionais e territoriais do país; promover a qualidade de vida, com ampliação do acesso a serviços sociais básicos; e prevenção e controle de contaminação.

Após a publicação das regras, em novembro de 2024, as empresas terão pouco mais de um ano para adaptarem-se, com a Taxonomia Sustentável Brasileira sendo obrigatória a partir de janeiro de 2026. A fixação de critérios de fiscalização ficará para uma etapa posterior. O governo ainda não definiu se será necessário enviar um projeto de lei ou se regulamentará as regras apenas por meio de dispositivos infralegais, como decretos, portarias e instruções normativas.

Fonte: EBC Economia

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