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Janeiro branco: como o racismo afeta a saúde mental da população negra

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Shenia Karlsson fala do racismo e seus efeitos n a saúde mental
Flávio Teperman/Divulgação

Shenia Karlsson fala do racismo e seus efeitos n a saúde mental

O Janeiro Branco tem como objetivo chamar a atenção para os cuidados com a saúde mental, e é evidente que para pessoas negras a saúde mental é ainda mais fragilizada. Mulher, negra e carioca, a psicóloga clínica Shenia Karlsson, co-fundadora do Papo Preta: Saúde e Bem-estar da Mulher Negra, admite que as pessoas negras vivem em um estado de estresse permanente por causa do racismo, e isso afeta diretamente a qualidade de vida mental.

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“A saúde enquanto estrutura de cuidado não foi forjada para atender os corpos e mentes de pessoas pretas e o racismo interfere diretamente na forma como somos acolhidas, cuidadas e olhadas. Como o corpo da mulher negra carrega muitos estigmas historicamente construídos e consequentemente violências são direcionadas aos nossos corpos, a mulher negra têm sido sistematicamente desumanizada quando o assunto é saúde. Em termos de saúde mental segue-se a mesma lógica. Mulheres negras encabeçam os índices oficiais em termos de desigualdades de direitos e acessos, o ônus é o adoecimento em várias dimensões, principalmente a dimensão psicológica e dentre elas a mais negligenciada”, explica. 

O Papo Preta já atendeu 7 mil pessoas gratuitamente, prova de que a demanda existe, o que não há é um olhar para essa população. Shenia diz que o projeto foi criado despretensiosamente, mas ganhou repercussão na medida em que elas se aliaram a instituições e puderam levar a ideia a outros grupos de mulheres negras. “Viajamos o Brasil inteiro dado palestras, acolhimento, ganhamos dois prêmios”, lembra a profissional. Há dois anos, Shenia se mudou para Lisboa, em Portugal, e ficou supresa com a acolhida. Ela entrou em contato com ativistas locais e não demorou para integrar o Instituto da Mulher Negra de Portugal. “Para minha surpresa, os movimentos sociais souberam da minha presença, e tive muita demanda rapidamentea. Aqui, como no Brasil, não se falava em saúde mental para a população negra. Hoje eu digo que pratico clínica da diversidade, são públicos que a literatura conceitua como corpos não normativos, mais expostos à violência social”, conta. 

A questão da saúde mental é um guarda-chuva enorme, do qual a psicologia clínica é uma faceta, segundo Shenia. E o racismo, por ele se apresentar desde formas sutis até violências mais diretas, produz estresse o tempo inteiro, sobretudo em sociedades eurocentristas, nas quais a saúde foi pensada para atender um certo grupo social.

“Em termos gerais, a saúde não contemplou a populaçao negra, e ainda menos nas questões da psicologia. A população negra vivia no pós-abolição um fenômeno conhecido como banzo, adoeciam de saudade da terra natal, da liberdade. Era uma depressão”, explica a terapeuta. 

“O impacto do racismo também depende de onde a pessoa negra se localiza socialmente, se é uma mulher negra da periferia, que vive em perigo iminente de trocas de tiro, é muito mais impactada”, aponta Shenia. O racismo traz uma carga de exaustão, pois existe um marcador social, que é a cor da pele, que define os lugares que os sujeitos podem ocupar, muito diferente do modelo socialmente construído para brancos. 

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Para Shenia, apesar dos movimentos, a saúde mental é um projeto coletivo, e na medida em que exclui a população negra, a sociedade adoece. “Assim é o racismo: a violência volta para a sociedade. É uma violência que permeia a vida das pessoas comuns, como o genocídio de 70 mil jovens negros por ano, são 70 mil mães suscetíveis a isso.”

Essa iminência de não existir muitas vezes, segundo a psicóloga, empurra os jovens negros para o crime, porque eles acham que não vão viver muito.  

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No Papo Preta hoje é feito um direcionamento para uma rede privada, com profissionais qualificados, disponíveis e dispostos, para fazer uma intervenção presencial ou online. Em Portugal, as questões também se acentuam. “É uma sociedade que não se vê racista, mas tem uma enorme necessidade de hierarquizar as relações e são bem hostis. Aqui eu atuo em grandes casos, de repercussão em toda a Europa, recebo os familiares ou a pessoa vítima da violência”, analisa Shenia, que chama seu consultório de quilombo.

“O quilombo era o lugar onde os meus ancestrais se refugiavam, um lugar de acolhimento, onde a pessoa terá contempladas suas demandas, vai poder existir em sua plenitude, para colocar raiva, os ressentimentos, as dores pra fora”, explica. Somos, segundo Shenia, forjados por nossas experiências, e quando alguém minimiza um episódio de racismo, dizendo que a pessoa está exagerando, na verdade ela está sendo colocada em um lugar de inexistência. 

“Saude mental é política, no sentido de ser sujeito pleno, de existência”, conclui a psicóloga.

Fonte: IG Mulher

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Veja como escolher a iluminação para um quarto confortável

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Veja como escolher a iluminação para um quarto confortável
Redação EdiCase

Veja como escolher a iluminação para um quarto confortável

Ter um quarto bem decorado e funcional para realizar tarefas do dia a dia e curtir os momentos de lazer, é fundamental para manter uma boa qualidade de vida. Seja para dormir, relaxar, maratonar uma série ou ler um livro, é importante criar um espaço planejado para sentir-se bem. Por esse motivo, ter a iluminação adequada e pensada com base em cada particularidade do ambiente, para quartos de solteiro, casal ou infantil, pode auxiliar tanto na produtividade quanto no relaxamento

A seguir, a Yamamura, megastore referência em iluminação, traz dicas para tornar esse ambiente ainda melhor. Confira a seguir!

Temperatura de cor

Para uma atmosfera aconchegante, o ideal é investir em lâmpadas com temperatura de cor branco quente (2400K a 3000K) nos quartos, buscando produtos em que seja possível fazer a regulagem do brilho e da temperatura de cor de acordo com a necessidade. Evite a temperatura de cor branco frio (5000K a 6500K), pois proporciona sensação de agitação e atrapalha o sono. Outra recomendação importante é não incluir luz direta e de alta intensidade acima da cama, pois poderá ofuscar os olhos, causando desconforto.

Luzes gerais e de apoio

Para a iluminação geral do espaço, a luz indireta é recomendada e pode ser obtida com a ajuda de alguns modelos de plafons ou de fitas de led embutidas em sancas de gesso. Já como sugestões de iluminação de apoio para os dormitórios estão abajures, arandelas, luminárias de piso, spots com lâmpadas R-70, delicados pendentes, além de fitas de led (que podem ser colocados em cortineiros ou atrás de cabeceiras). Essas são escolhas ideais para quem busca uma noite de sono reparadora. Além disso, dê preferência a peças com cúpulas, pois oferecem maior conforto visual.

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Unindo decoração e iluminação

Uma boa distribuição dos pontos de luz pelo espaço , assim como a escolha das cores e acabamentos de móveis e revestimentos, também contribui para uma iluminação mais eficiente. Paredes e mobiliários em tons de azul e verde, por exemplo, estimulam o relaxamento. Já a madeira proporciona ainda mais aconchego ao cantinho de descanso. Já para os fãs de cromoterapia, vale a pena investir nas lâmpadas e fitas de LED RGB, que possibilitam inúmeras colorações ao quarto.

Home office e leitura

Para quem tem um cantinho de trabalho ou estudo no quarto, deve optar por um mix entre luzes difusas e diretas, de forma a utilizar cada uma delas de acordo com a necessidade. Já para quem gosta de ler um livro antes de deitar-se, deve buscar uma intensidade de luz um pouco maior. Peças dimerizáveis são boas pedidas, pois permitem o ajuste da luminosidade, sem prejudicar os demais momentos.

Quarto infantil ou de adolescente

De forma geral, para todas as fases da infância e adolescência, a temperatura de cor mais recomendada também é a branco quente (2400K a 3000K), porque traz mais acolhimento, assim como transmite tranquilidade, para não causar estresse e agitação aos pequenos . O uso de cores em alguns detalhes representa uma ideia interessante. Nesses casos, os tons pastel, como azul, rose, salmão e verde são boas opções. Para os mais crescidinhos, a dica é apostar em iluminações indiretas em determinadas áreas que necessitem de uma luz mais suave; luzes difusas para iluminação geral; e pontos focais, todas em circuitos diferentes para o melhor desempenho do projeto.

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Cantinho de estudos

Na fase de crescimento, é preciso prestar atenção em cada detalhe do ambiente, para que ele possa contribuir para um desenvolvimento saudável das crianças. Um bom projeto de iluminação pode contribuir com as atividades diárias e, até mesmo, auxiliar no aprendizado, quando posicionada corretamente na mesa de estudos. As luzes de apoio como luminárias de mesa são ótimas para criar um ambiente gostoso para a leitura. Além de direcionarem a luz para um ponto focal específico, também proporcionam um ambiente mais flexível para a realização de suas atividades. Para os momentos de estudo, a bancada ou a mesinha deve contar com uma iluminação na parte superior e, nesse caso, de preferência, na temperatura branco neutro (4000K), para ajudar na concentração.

Por Karina Monteiro

Fonte: IG Mulher

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