ECONOMIA
Discurso do vice-presidente e ministro do MDIC no Seminário Empresarial Brasil-Índia

É uma grande satisfação participar deste Seminário Empresarial Brasil–Índia. Este encontro simboliza mais do que um evento econômico — é um marco no fortalecimento da parceria estratégica entre duas das maiores democracias do Sul Global. Hoje, Brasil e Índia não apenas compartilham valores e aspirações; compartilham também o dever de transformar potencial em prosperidade.
No setor privado, usa-se muito a expressão B2B – business to business. Espero que isso ocorra muito ao longo do seminário. E B2B pode significar também Bharat to Brazil, da Índia ao Brasil, em busca de novos horizontes comuns.
Brasil e Índia são nações de dimensões continentais, com economias diversificadas, sociedades vibrantes e empresas criativas. Somos países que crescem produzindo, inovando e incluindo, movidos pela convicção de que o desenvolvimento só é legítimo quando gera oportunidades para todos.
Essa visão é a base da nossa Parceria Estratégica, firmada em 2006, pelo Presidente Lula, e renovada, sob sua liderança e do Primeiro-Ministro Narendra Modi, em torno de cinco pilares que expressam um programa de futuro: defesa e segurança; transição energética justa; segurança alimentar e nutricional; transformação digital e ciência e tecnologia; e parcerias industriais em setores estratégicos.
Essas bases têm de ser construídas principalmente por nossos setores produtivos.
Em 1968, ao visitar Brasília, a Primeira-Ministra Indira Gandhi descreveu a nova capital brasileira como “uma visão do futuro”. Disse ela:
“Brasília nos faz pensar em uma escala maior e acreditar na capacidade humana de moldar o próprio destino. O futuro não chega por si só. O ser humano o deseja.”
Mais de meio século depois, essa mesma convicção nos guia — seja no avanço tecnológico, na transição energética ou na integração econômica que hoje aprofundamos.
Em 2024, nosso comércio bilateral atingiu US$ 12 bilhões, um crescimento expressivo que confirma a vitalidade das nossas economias. Mas não nos contentamos com o progresso: estabelecemos juntos a meta de US$ 20 bilhões até 2030 — e estamos determinados a alcançá-la.
O Brasil vê na Índia um parceiro prioritário para a diversificação de exportações e investimentos.
Os avanços no Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI) e no Acordo para Evitar a Bitributação, que tive a oportunidade de promulgar como Presidente em Exercício criam um ambiente de negócios mais seguro e previsível.
Queremos a ampliação do Acordo de Comércio Preferencial MERCOSUL–Índia para que nossos fluxos comerciais se ampliem e sejam condizentes com a densidade das relações entre nossos países.
Empresas brasileiras e indianas já trilham esse caminho. A Embraer abre agora seu escritório em Nova Délhi e oferece cooperação de longo prazo nas áreas civil e de defesa, com destaque para o KC-390 e o E-145.
Da mesma forma, grupos indianos como Tata, Mahindra e Infosys ampliam investimentos no Brasil em setores como automotivo, tecnologia da informação e energia.
No Brasil, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a Nova Indústria Brasil (NIB) — que mobilizam mais de R$ 300 bilhões até 2026 — estão abertos à participação indiana em áreas de energia limpa, mobilidade elétrica, saúde, aeroespacial, semicondutores e inovação digital.
O comércio agrícola entre Brasil e Índia ainda não reflete nossa condição de dois gigantes produtores de alimentos. Queremos mudar isso. Podemos cooperar na integração de cadeias produtivas agrícolas, na inovação tecnológica, no uso sustentável do solo e na segurança alimentar global.
Também nos une o compromisso com a energia limpa. Celebramos o papel de destaque indiano na Aliança Global para Biocombustíveis (GBA), iniciativa que o Brasil tem orgulho de copresidir. Com o etanol e o biodiesel, mostramos ao mundo que é possível crescer reduzindo emissões — e que o desenvolvimento sustentável não é obstáculo, é caminho.
Brasil e Índia são referências em infraestruturas públicas digitais. O Pix brasileiro e o India Stack mostram que é possível democratizar a tecnologia e colocar a inovação a serviço da inclusão.
Estamos prontos para lançar uma Parceria Digital Brasil–Índia, voltada à inteligência artificial, computação de alto desempenho e startups de base tecnológica. Essa cooperação será um motor para a nova economia verde e digital, gerando empregos de qualidade e soberania tecnológica.
A cooperação entre Brasil e Índia é a resposta concreta a esse cenário: dois países que não competem, complementam-se; que não se isolam, se unem; que não esperam o futuro, constroem-no juntos.
Senhoras e senhores
O Brasil está de portas abertas aos investimentos indianos — e estende a mão amiga aos que desejam crescer conosco. Juntos, podemos transformar nossas complementaridades em prosperidade compartilhada e fazer da parceria Brasil–Índia uma aliança de futuro.
Como disse Indira Gandhi, “o futuro não chega por si só — o ser humano o deseja.”
Muito obrigado! Dhanavaad!
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

ECONOMIA
Missão brasileira conclui visita produtiva a Nova Délhi

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, completou a missão oficial à Índia, na tarde desta sexta-feira, 17 de outubro.
Nós percebemos um aumento nos investimentos de empresas indianas no Brasil e de empresas brasileiras aqui na Índia, um grande interesse, um interesse crescente. O comércio exterior está crescendo. O ano passado foram 12 bilhões de dólares. Este ano deveremos fechar com 15 bilhões de dólares. A meta é rapidamente chegarmos a 20 bilhões de dólares”
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Seguindo a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a visita teve como objetivo buscar oportunidades de aumentar o comércio e os investimentos entre essas grandes economias. Também de aprofundar a cooperação bilateral ao longo dos cinco eixos estratégicos traçados pelos líderes brasileiro e indiano: defesa e segurança; segurança alimentar e nutricional; transição energética e mudança do clima; transformação digital e tecnologias emergentes; e parcerias industriais em áreas estratégicas.
“O presidente Lula pediu para que nós viéssemos aqui à Índia. Ele recebeu o primeiro-ministro [Narendra Modi] em julho no Brasil e virá em fevereiro à Índia. Tivemos uma grande reunião empresarial: empresários indianos e empresários brasileiros. Nós percebemos um aumento nos investimentos de empresas indianas no Brasil e de empresas brasileiras aqui na Índia, um grande interesse, um interesse crescente. O comércio exterior está crescendo. O ano passado foram 12 bilhões de dólares. Este ano deveremos fechar com 15 bilhões de dólares. A meta é rapidamente chegarmos a 20 bilhões de dólares”, disse Alckmin durante coletiva de imprensa que concluiu as atividades da missão em Nova Délhi.
Alckmin comemorou a decisão de negociar a ampliação do Acordo de Preferências Tarifárias Mercosul-Índia como uma das principais realizações anunciadas durante a missão. “Então teremos nos próximos meses um trabalho para ampliar as linhas tarifárias, para fortalecer ainda mais a complementaridade econômica e fazer crescer mais ainda os investimentos”, disse o vice-presidente.
MISSÃO MULTISSETORIAL – A comitiva brasileira foi integrada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante Renato Rodrigues de Aguiar Freire, e presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Chamon.
Também por representantes da Casa Civil da Presidência da República, dos ministérios da Defesa, das Relações Exteriores, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, das Minas e Energia, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, da APEXBrasil, da ANVISA, da Fundação Oswaldo Cruz e da Petrobras.
REUNIÕES POLÍTICAS – Em Nova Delhi, Alckmin foi recebido pelo vice-presidente da Índia, Chandrapuram Ponnusami Radhakrishnan, e teve reuniões de trabalho com os ministros indianos das Relações Exteriores (Subrahmanyam Jaishankar), da Defesa (Rajnath Singh), do Comércio e Indústria (Piyush Goyal) e do Petróleo e Gás Natural (Hardeep Singh).
COOPERAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA NA ÁREA DE VACINAS – Ainda durante a missão, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou acordo de parceria internacional com a empresa indiana Biological E Limited. O documento estabelece cooperação mútua em pesquisa tecnológica e inovação, com foco em fortalecer as plataformas de vacinas virais e bacterianas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no contexto da cooperação entre países do Sul Global.
MISSÃO POLÍTICA E EMPRESARIAL – A missão teve um componente empresarial importante. Ao longo dos dias 16 e 17, o evento Diálogo Empresarial Brasil-Índia contou com a participação de mais de 250 empresas dos setores de alimentos, bebidas, agronegócio, construção, tecnologia, química e saúde, máquinas e equipamentos, energia e moda. Esse fórum empresarial foi organizado pelo Departamento de Promoção Comercial, Investimentos e Agricultura do Itamaraty, com o apoio da APEXBrasil e a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI).
Na conclusão do Diálogo, que contou com a presença de Alckmin e Múcio, a CNI e a FICCI anunciaram o lançamento do Fórum de Líderes Empresariais Brasil-Índia, que deve ter a primeira reunião em fevereiro. Durante a cerimônia, o vice-presidente foi acompanhado pelo ministro José Múcio, a diretora de negócios da APEXBrasil, Ana Repezza; o ministro indiano do Comércio e Indústria, Piyush Goyal; o superintendente de relações internacionais da CNI, Frederico Lamego; e o presidente da FICCI, Harsha Vardhan Agarwal.
EMBRAER CONSOLIDA PRESENÇA FORTE NA ÍNDIA – Alckmin também inaugurou o escritório comercial da Embraer na Índia, juntamente com o ministro José Múcio, o ministro da Aviação Civil indiano, Shri Kinjarapu Rammohan Naidu, e o presidente da Embraer Defesa & Segurança, Bosco da Costa Junior. Durante a cerimônia, Alckmin prestigiou a assinatura do acordo estratégico entre a Embraer e a Mahindra Defense Systems, que prevê ações conjuntas para o desenvolvimento e a produção do cargueiro multimissão C-390 Millennium na Índia.
AVANÇOS CONCRETOS – A missão brasileira à Índia, liderada pelo vice-presidente entre os dias 15 e 17 de outubro em Nova Délhi, resultou em diversos outros avanços concretos, entre eles:
- Entendimento para expandir o Acordo de Comércio Preferencial entre a Índia e o MERCOSUL.
- Assinatura de contrato e plano de trabalho entre a Fundação Oswaldo Cruz e a empresa indiana de biotecnologia Biological E Limited, para pesquisa e transferência de tecnologia de vacinas para o Brasil.
- Anúncio da emissão eletrônica de vistos de negócios pela Embaixada do Brasil em Nova Delhi e pelo Consulado-Geral do Brasil em Mumbai.
- Anúncio do lançamento de Centro Conjunto Brasil-Índia em Infraestruturas Públicas Digitais (DPI), previsto para ocorrer em Brasília, em 30 de outubro, e o início do projeto-piloto para uso de DPI no Cadastro Ambiental Rural, com apoio técnico do Instituto Internacional de Tecnologia de Informação de Bangalore (IIIT-B) e do Center for Open Societal Systems (COSS).
- Promulgação, pelo governo brasileiro, do Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI) e do Protocolo Alterando a Convenção Destinada a Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre a Renda, ambos firmados com a Índia.
- Autorização para o Brasil exportar novos produtos de origem animal ao mercado indiano: derivativos de ossos bovinos; e chifres e cascos.
Em 2025, Brasil e Índia celebram 77 anos de relações diplomáticas. Ambos mantêm, desde 2006, uma Parceria Estratégica e cooperam intensamente em fóruns como BRICS, G20 e IBAS (fórum de diálogo e cooperação trilateral entre Índia, Brasil e África do Sul).
DECISÃO POLÍTICA DE APROFUNDAR A PARCERIA ESTRATÉGICA – A missão de Alckmin à Índia deu continuidade à implementação do que foi decidido entre o presidente Lula e o primeiro-ministro Narendra Modi durante a visita de Estado do líder indiano ao Brasil, em 8 de julho passado. A essa visita, seguiu-se um telefonema entre os dois líderes, em 7 de agosto passado, quando acertaram sobre a missão de Alckmin à Índia e reforçaram a meta de elevar o comércio bilateral para US$ 20 bilhões até 2030. Também concordaram em iniciar negociações para a ampliação do Acordo de Comércio Preferencial Mercosul-Índia ainda este ano, objetivo que foi realizado esta semana.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
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