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Confinamento no Sul do Brasil alia tradição, tecnologia e sustentabilidade na pecuária intensiva

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Mapeamento da pecuária intensiva no Sul encerra expedição nacional

A edição 2025 do Confina Brasil, pesquisa-expedicionária realizada pela Scot Consultoria, encerrou seu percurso visitando os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, após percorrer 11 estados brasileiros. A iniciativa teve como objetivo mapear realidades regionais da pecuária de corte intensiva e identificar tendências em manejo, nutrição e sustentabilidade.

Esses dois estados, marcados pela diversidade climática e pelos diferentes perfis produtivos, apresentam um cenário peculiar dentro da pecuária nacional, mesclando tradição e modernização nos sistemas de confinamento.

Rio Grande do Sul: tradição britânica e avanço da intensificação

A etapa gaúcha começou nos pampas, com visitas a propriedades em Uruguaiana e São Sepé, onde o sistema predominante ainda é o das pastagens extensivas. No entanto, a demanda por animais mais precoces vem impulsionando o uso crescente do confinamento como ferramenta estratégica.

A integração lavoura-pecuária também tem ganhado destaque, especialmente em áreas de cultivo de arroz, onde os produtores aproveitam o período pós-colheita e utilizam coprodutos como farelo e casca de arroz na dieta dos animais.

Outro ponto característico da pecuária gaúcha é o uso predominante de raças britânicas, reconhecidas pela adaptação ao clima local. Segundo o levantamento, 48% dos animais confinados são machos castrados, reforçando uma prática tradicional na região.

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Exportação de gado vivo movimenta o sul gaúcho

Nas regiões de Capão do Leão, Pelotas e São Lourenço do Sul, o Confina Brasil observou o papel estratégico das Estações Pré-Embarque (EPEs), estruturas voltadas à exportação de gado vivo.

O Rio Grande do Sul ocupa a segunda posição nacional em volume de exportações nesse segmento. Nessas unidades, os bovinos passam por curtos períodos de quarentena e manejo sanitário rigoroso, assegurando o cumprimento das exigências dos países importadores.

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Serra Gaúcha aposta em tecnologia e sustentabilidade

Na Serra Gaúcha, predominam confinamentos menores, mas altamente tecnificados. As propriedades contam com galpões cobertos, sistemas de drenagem eficientes, pisos ripados que mantêm as baias limpas e, em alguns casos, distribuição automatizada de ração — tecnologia inspirada na produção de aves e suínos.

Um dos destaques regionais é o uso de coprodutos locais na nutrição dos bovinos. Além da silagem tradicional, produtores têm incorporado ervas-mate e resíduos da viticultura, como o bagaço de uva, aproveitando subprodutos abundantes da cultura regional.

Pesquisas da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé (RS), apontam que o uso desses ingredientes contribui para melhorar a estabilidade oxidativa da carne, reduzir emissões de metano e aumentar o tempo de prateleira do produto. Empresas como a Nutron Cargill já utilizam essas descobertas no desenvolvimento de núcleos nutricionais Probeef, voltados à produção de carnes premium.

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Desafios persistem na pecuária gaúcha

Apesar dos avanços tecnológicos, os produtores ainda enfrentam desafios relevantes. A tristeza parasitária bovina permanece como uma das principais causas de morbidade nos confinamentos, exigindo atenção redobrada aos protocolos sanitários.

Outro gargalo é a reposição de gado, afetada pela escassez de bezerros e pelo aumento dos custos dos animais de reposição. Para contornar o problema, muitos pecuaristas têm reforçado parcerias com fazendas de cria, assegurando o fornecimento contínuo de terneiros.

Esses fatores revelam uma pecuária que combina tradição e inovação, consolidando um movimento de intensificação sustentável e de fortalecimento da competitividade gaúcha no mercado nacional e internacional.

Santa Catarina: eficiência e rastreabilidade em destaque

Em Santa Catarina, o Confina Brasil encontrou sistemas produtivos enxutos, mas altamente eficientes. Os confinamentos operam em menor escala, porém com infraestrutura moderna, aproveitamento máximo das áreas disponíveis e foco em bem-estar animal.

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Diferentemente do Centro-Oeste, onde o confinamento tem usos múltiplos, no estado catarinense ele é aplicado quase exclusivamente para terminação, com o objetivo de atender a um mercado exigente por carcaças jovens e de alta qualidade.

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O Programa Novilho Precoce é um dos pilares dessa eficiência. A iniciativa bonifica produtores que entregam animais jovens com peso e acabamento de gordura ideais, incentivando práticas de manejo e nutrição que garantem padronização de carcaças e valorização da carne catarinense em mercados premium.

Status sanitário e rastreabilidade fortalecem a carne catarinense

Santa Catarina é livre de febre aftosa sem vacinação desde 2007, condição reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

Esse status sanitário de excelência reforça a rastreabilidade obrigatória do rebanho, garantindo total controle sobre a origem dos animais e fortalecendo a confiança do consumidor. Além disso, amplia o acesso da carne brasileira a mercados internacionais com elevados padrões de exigência.

O modelo catarinense demonstra que eficiência produtiva e credibilidade podem ser alcançadas mesmo em sistemas compactos, desde que apoiadas em gestão, inovação e controle sanitário rigoroso.

Análise técnica e relatório nacional previstos para dezembro

Com o encerramento da rota 2025, a Scot Consultoria inicia agora a etapa de análise técnica dos dados coletados em campo. Os resultados darão origem ao Benchmarking Confina Brasil 2025, material gratuito e de alto valor estratégico que trará indicadores, comparativos regionais e tendências observadas nas propriedades visitadas.

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O relatório será lançado em dezembro de 2025 e poderá ser baixado gratuitamente no site oficial do projeto: www.confinabrasil.com.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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BNDES aprova R$ 1,6 bilhão em tempo recorde para empresas ampliarem exportações e buscarem novos mercados

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BNDES acelera liberações e apoia empresas afetadas por tarifas dos EUA

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, em tempo recorde, R$ 1,6 bilhão em crédito para empresas brasileiras ampliarem sua presença internacional e reduzirem os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos.

Os financiamentos fazem parte do Plano Brasil Soberano, e tiveram um tempo médio de análise e aprovação de apenas 18 dias, bem abaixo dos 60 dias tradicionais da instituição.

Segundo o banco, a agilidade faz parte do esforço para garantir competitividade às exportações nacionais e fortalecer a presença do Brasil em novos mercados globais.

Café, açúcar e equipamentos elétricos lideram aprovações

Ao todo, foram 47 operações aprovadas na linha Giro Diversificação, destinada a apoiar empresas na busca de novos destinos comerciais.

Entre os destaques estão:

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  • Setor de café: R$ 108,9 milhões;
  • Açúcar: R$ 220 milhões;
  • Equipamentos elétricos: R$ 191,1 milhões;
  • Outros alimentos: R$ 249,7 milhões;
  • Utensílios domésticos e industriais: R$ 79,5 milhões.

Os financiamentos buscam impulsionar as exportações brasileiras em meio a um cenário de maior competição internacional, contribuindo para a diversificação da pauta exportadora e o fortalecimento da indústria nacional.

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Novos destinos e expansão global das exportações brasileiras

Os recursos aprovados vão beneficiar empresas que pretendem expandir suas operações para novos mercados, incluindo Suíça, Reino Unido, Canadá, França, Argentina, Bolívia, Equador, Chile, Paraguai, República Dominicana e Uruguai.

Essa diversificação de destinos representa um passo estratégico para reduzir a dependência de mercados tradicionais e ampliar as oportunidades comerciais do Brasil.

Mais R$ 2 bilhões em análise no BNDES

De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o desempenho reflete o comprometimento dos técnicos do banco em atender às diretrizes do governo federal e garantir apoio rápido às empresas brasileiras.

“A agilidade na aprovação de projetos para que as empresas busquem novos mercados é resultado do empenho dos empregados do BNDES em atender ao chamado do presidente Lula de não deixar nenhuma empresa para trás. E o trabalho não para. Outras 66 operações, na mesma linha, estão em análise no Banco, somando mais R$ 2 bilhões em projetos”, afirmou Mercadante.

As novas propostas seguem em avaliação e devem ampliar o alcance do programa nos próximos meses, reforçando o papel do BNDES como agente de fomento ao comércio exterior e à reindustrialização nacional.

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Fonte: Portal do Agronegócio

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Fonte: Portal do Agronegócio

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