AGRONEGÓCIO
Gasolina no Brasil está 8% acima do preço internacional, aponta Abicom

A gasolina vendida no Brasil continua acima do valor praticado no mercado internacional, mesmo com a recente queda das cotações externas. Segundo levantamento da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) divulgado na sexta-feira (10.out.2025), o preço médio do combustível no país está 8% acima da paridade de importação.
Preço da gasolina mantém defasagem
O indicador da Abicom, que mede a diferença entre os preços internos e internacionais, apontou que a gasolina no Brasil custa, em média, R$ 0,23 por litro a mais do que o preço de paridade, com variações entre R$ 0,17 e R$ 0,31, dependendo do polo de entrega. Na semana anterior, essa diferença havia atingido 10%, mostrando uma leve redução no descompasso.
A queda se deve principalmente à redução das cotações internacionais da gasolina e à estabilidade do câmbio, que fechou a última sessão cotado a R$ 5,35 por dólar.
Refinarias mantêm preços estáveis
Segundo a Abicom, as refinarias da Petrobras e da Acelen, principal referência do setor privado no país, não aplicam reajustes desde junho, quando a Petrobras reduziu o combustível em 5,6%.
As chamadas “janelas de importação”, que indicam os períodos em que é vantajoso importar gasolina, estão abertas há 39 dias consecutivos, sinalizando oportunidade para importadores diante da diferença de preços.
Diesel é mais barato que a paridade internacional
Enquanto a gasolina segue acima do valor internacional, o diesel é vendido em média 4% abaixo da paridade, o que equivale a uma defasagem de R$ 0,14 por litro. O último reajuste do diesel pela Petrobras ocorreu em maio de 2025.
Segundo a Abicom, essa diferença reflete a combinação de câmbio elevado e queda das cotações globais do petróleo, com o Brent sendo negociado acima de US$ 66 por barril.
Política de preços “abrasileirada” da Petrobras
A Petrobras, presidida desde maio de 2024, mantém a política de preços adotada em 2023, que deixou de seguir automaticamente a paridade internacional. A estratégia, apoiada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), visa “abrasileirar” os preços dos combustíveis, considerando custos internos de produção e logística, com o objetivo de reduzir a volatilidade nas bombas.
Fonte: Portal do Agronegócio

AGRONEGÓCIO
Estudo destaca urgência de investimentos em estradas rurais

Um estudo do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Log/USP) revela que Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul lideram o ranking nacional de urgência em investimentos para melhorar as estradas vicinais rurais, aquelas vias não pavimentadas que ligam propriedades e comunidades rurais.
Somente Minas Gerais exigiria R$ 2,67 bilhões por ano para adequar e manter 128 mil km de estradas de alta prioridade; já o Paraná precisaria investir R$ 2,64 bilhões anuais em 136 mil km, enquanto o Rio Grande do Sul teria demanda de R$ 2,59 bilhões para 134 mil km.
Segundo o levantamento da Esalq-Log, o Brasil conta com cerca de 2,2 milhões de km de vicinais, que movimentam anualmente mais de 1,4 bilhão de toneladas de produtos agropecuários. O gasto total com transporte nessas vias chega a R$ 16,2 bilhões por ano. Se todas fossem adequadas a um padrão mínimo, a economia anual com fretes poderia chegar a R$ 2,7 bilhões; já num padrão superior de qualidade, o ganho pode alcançar impressionantes R$ 6,4 bilhões por ano, reduzindo custos e perdas logísticas em toda a cadeia rural.
O impacto vai além das contas: estradas irregulares dificultam o acesso, atrasam colheitas, elevam gastos com manutenção de caminhões e amplificam riscos ambientais. A precariedade afeta especialmente as cadeias da cana-de-açúcar (potencial de redução de custos de até R$ 2,4 bilhões/ano), soja, milho e produção animal.
O estudo também inovou ao criar o Índice de Priorização das Estradas Vicinais (Ipev), listando microrregiões com maior urgência: Alto Teles Pires (MT), Sudoeste de Goiás (GO), Entorno de Brasília (GO), Dourados (MS), Barreiras (BA) e Altamira (PA) lideram a necessidade de intervenções.
Entre os obstáculos verificados em campo por equipes da Esalq-Log e CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) estão buracos, erosão, atoleiro, extensas áreas sem manutenção regular e falta de equipes técnicas especializadas. Além dos impactos econômicos, a adequação das estradas pode reduzir em até 1 milhão de toneladas ao ano as emissões de CO2, tornando a logística rural mais eficiente e sustentável.
Para os produtores rurais dos estados mais afetados, a mensagem do estudo é clara: o investimento em infraestrutura não é só estratégico. É urgente, com alto potencial para elevar renda, reduzir desperdícios e garantir competitividade ao agro nacional em todas as regiões.
O estudo sobre o panorama das estradas vicinais do país, revela que a melhoria na qualidade das vias rurais poderia reduzir em R$ 6,4 bilhões por ano os custos operacionais do setor, atualmente em R$ 16,2 bilhões anuais.
O presidente do Instituto do Agronegócio (IA) e da Federação dos Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso (Feagro-MT), Isan Rezende (foto), lembra que o grande desafio do agronegócio brasileiro ainda é a dependência do transporte rodoviário, o que leva à necessidade cada vez maior de se investir em rodovias e hidrovias.
“Grande parte da safra sai de fazendas por estradas vicinais em condições precárias e com isso o produtor vê seu custo de frete subir por conta de buracos, manutenção frequente de caminhões e atrasos na chegada aos portos”.
“Analisando a execução dos anúncios feitos dois anos atrás (veja aqui), o que vimos de fato foi muito aquém do necessário. O tal do “Novo PAC” prometeu bilhões para viabilizar estradas vicinais, principalmente em Mato Grosso, maior produtor nacional de grãos, mas quem está na estrada percebe que a realidade pouco mudou. Os gargalos continuam e a ineficiência persiste em pontos críticos da malha rural”, comentou Rezende.
“Enquanto não priorizarmos os investimentos em infraestrutura logística, o Brasil vai continuar perdendo competitividade e desperdiçando parte do esforço de produtores e caminhoneiros. Estradas bem conservadas são fundamentais para baratear o transporte, reduzir desperdícios e garantir que os ganhos do campo cheguem mais rapidamente ao bolso de quem produz”, concluiu o presidente do IA.
Fonte: Pensar Agro
-
CUIABÁ7 dias ago
A ÚLTIMA CONTA: Demitido servidor da Politec/MT que roubou cartão de morto para bancar noitadas
-
CIDADES4 dias ago
CPI em Diamantino conclui por indícios de improbidade e envolvimento de vereadora, ex-prefeito e secretários em esquema na Saúde
-
CUIABÁ3 dias ago
PERIGO IMINENTE: Capital de MT sob ameaça de temporal severo que pode deixar milhares sem luz e ruas alagadas
-
SAÚDE4 dias ago
Incentivo inédito de R$ 113 milhões vai expandir e fixar residentes em saúde nas áreas estratégicas para o SUS