AGRONEGÓCIO
Vassoura-de-bruxa avança e ameaça a mandioca em dez municípios do Amapá

O Ministério da Agricultura e Pecuária está coordenando uma força-tarefa integrada com órgãos estaduais e federais, destinando mais de R$ 2,2 milhões em recursos emergenciais para conter a vassoura-de-bruxa da mandioca, uma doença causada pelo fungo Ceratobasidium theobromae, se espalhou rapidamente e já afeta ao menos dez municípios no estado do Amapá.
Nas cidades de Oiapoque, Calçoene, Amapá, Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Pracuúba e Tartarugalzinho, a situação de emergência foi reconhecida oficialmente pelo governo federal, abrindo caminho para a liberação de recursos e apoio direto aos produtores atingidos.
A mandioca é base da alimentação e fonte de renda de milhares de famílias, incluindo comunidades indígenas. A praga compromete a produtividade das lavouras e altera a qualidade do produto, impactando diretamente a segurança alimentar e o abastecimento local. O aspecto das plantas contaminadas — folhas amareladas, brotação atípica, raízes apodrecidas — é sinal de perdas que em algumas roças já são totais.
A defesa sanitária está distribuição de mudas sadias e dando apoio à comercialização, para garantir renda e abastecimento, além disso foram flexibilizadas regras sobre a venda e processamento da mandioca e da farinha, permitindo que pequenos produtores comercializem diretamente e realizem o beneficiamento nas comunidades rurais.
A Embrapa trabalha no desenvolvimento de variedades tolerantes à doença. Enquanto não há solução definitiva, cartilhas educativas orientam sobre prevenção da disseminação, incluindo cuidados com as ferramentas e protocolos de higiene rural. Iniciativas como o treinamento de agentes ambientais indígenas ajudam a levar as práticas de combate do fungo às aldeias mais isoladas, onde o acesso à assistência técnica é limitado.
O cenário é de atenção e mobilização, já que não há, até o momento, variedade resistente ou tratamento curativo disponível. Para muitos agricultores, perder a mandioca é perder sua principal fonte de sustento, afetando não só a produção, mas toda a estrutura social e alimentar da região. O sucesso da resposta depende da continuidade dos investimentos, ações conjuntas e da chegada rápida de alternativas seguras às áreas mais isoladas, fundamentais para garantir alimento e renda às famílias do Amapá.
Fonte: Pensar Agro

AGRONEGÓCIO
Estudo destaca urgência de investimentos em estradas rurais

Um estudo do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Log/USP) revela que Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul lideram o ranking nacional de urgência em investimentos para melhorar as estradas vicinais rurais, aquelas vias não pavimentadas que ligam propriedades e comunidades rurais.
Somente Minas Gerais exigiria R$ 2,67 bilhões por ano para adequar e manter 128 mil km de estradas de alta prioridade; já o Paraná precisaria investir R$ 2,64 bilhões anuais em 136 mil km, enquanto o Rio Grande do Sul teria demanda de R$ 2,59 bilhões para 134 mil km.
Segundo o levantamento da Esalq-Log, o Brasil conta com cerca de 2,2 milhões de km de vicinais, que movimentam anualmente mais de 1,4 bilhão de toneladas de produtos agropecuários. O gasto total com transporte nessas vias chega a R$ 16,2 bilhões por ano. Se todas fossem adequadas a um padrão mínimo, a economia anual com fretes poderia chegar a R$ 2,7 bilhões; já num padrão superior de qualidade, o ganho pode alcançar impressionantes R$ 6,4 bilhões por ano, reduzindo custos e perdas logísticas em toda a cadeia rural.
O impacto vai além das contas: estradas irregulares dificultam o acesso, atrasam colheitas, elevam gastos com manutenção de caminhões e amplificam riscos ambientais. A precariedade afeta especialmente as cadeias da cana-de-açúcar (potencial de redução de custos de até R$ 2,4 bilhões/ano), soja, milho e produção animal.
O estudo também inovou ao criar o Índice de Priorização das Estradas Vicinais (Ipev), listando microrregiões com maior urgência: Alto Teles Pires (MT), Sudoeste de Goiás (GO), Entorno de Brasília (GO), Dourados (MS), Barreiras (BA) e Altamira (PA) lideram a necessidade de intervenções.
Entre os obstáculos verificados em campo por equipes da Esalq-Log e CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) estão buracos, erosão, atoleiro, extensas áreas sem manutenção regular e falta de equipes técnicas especializadas. Além dos impactos econômicos, a adequação das estradas pode reduzir em até 1 milhão de toneladas ao ano as emissões de CO2, tornando a logística rural mais eficiente e sustentável.
Para os produtores rurais dos estados mais afetados, a mensagem do estudo é clara: o investimento em infraestrutura não é só estratégico. É urgente, com alto potencial para elevar renda, reduzir desperdícios e garantir competitividade ao agro nacional em todas as regiões.
O estudo sobre o panorama das estradas vicinais do país, revela que a melhoria na qualidade das vias rurais poderia reduzir em R$ 6,4 bilhões por ano os custos operacionais do setor, atualmente em R$ 16,2 bilhões anuais.
O presidente do Instituto do Agronegócio (IA) e da Federação dos Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso (Feagro-MT), Isan Rezende (foto), lembra que o grande desafio do agronegócio brasileiro ainda é a dependência do transporte rodoviário, o que leva à necessidade cada vez maior de se investir em rodovias e hidrovias.
“Grande parte da safra sai de fazendas por estradas vicinais em condições precárias e com isso o produtor vê seu custo de frete subir por conta de buracos, manutenção frequente de caminhões e atrasos na chegada aos portos”.
“Analisando a execução dos anúncios feitos dois anos atrás (veja aqui), o que vimos de fato foi muito aquém do necessário. O tal do “Novo PAC” prometeu bilhões para viabilizar estradas vicinais, principalmente em Mato Grosso, maior produtor nacional de grãos, mas quem está na estrada percebe que a realidade pouco mudou. Os gargalos continuam e a ineficiência persiste em pontos críticos da malha rural”, comentou Rezende.
“Enquanto não priorizarmos os investimentos em infraestrutura logística, o Brasil vai continuar perdendo competitividade e desperdiçando parte do esforço de produtores e caminhoneiros. Estradas bem conservadas são fundamentais para baratear o transporte, reduzir desperdícios e garantir que os ganhos do campo cheguem mais rapidamente ao bolso de quem produz”, concluiu o presidente do IA.
Fonte: Pensar Agro
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