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Ministra Luciana Santos apresenta ações para meninas e mulheres em painel da 5ª CNPM

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A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, participou, na segunda-feira (29), do painel Políticas Públicas e Ações para as Mulheres do Brasil, na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM). O evento tratou dos avanços e desafios na formulação de políticas públicas para a igualdade de gênero.

Luciana Santos destacou os dados que revelam desigualdades estruturais no País e reforçou a necessidade de ações afirmativas. “As mulheres continuam recebendo, em média, 20% a menos que os homens, e 76,6% das trabalhadoras domésticas — uma das ocupações mais femininas do País — estão na informalidade, sem direitos ou proteção social”, afirmou.

A ministra ressaltou a responsabilidade do MCTI na construção de oportunidades para meninas e mulheres. “Uma das nossas políticas mais bem-sucedidas, com mais de 10 anos de consolidação, é o Programa Futuras Cientistas, que atendeu a mais de 400 alunas e professoras da rede pública em 2024, com impacto concreto: 70% ingressam no ensino superior e 80% escolhem cursos de ciência e tecnologia”, explicou.

Entre as iniciativas do ministério, Luciana citou o investimento de R$ 100 milhões até 2026 no edital Meninas nas Exatas, Engenharias e Computação, que vai apoiar 120 projetos e mais de 6 mil bolsistas, sendo 40% das bolsas destinadas a meninas negras e indígenas.

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Ela também destacou programas como Mulheres Inovadoras, que concede prêmios de até R$ 100 mil para startups femininas, e a presença de mulheres em editais estratégicos como Centelha, Conecta Startup Brasil e CI Inovador, que asseguram percentuais exclusivos de participação.

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Na abertura do painel, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, falou do caráter participativo da conferência. “Nenhuma decisão dessa foi feita sem passar pela comissão organizadora, sempre com a sociedade civil”, destacou. Ela ressaltou que mais de 1.270 conferências municipais, regionais e estaduais precederam a etapa nacional, consolidando um processo de mobilização em todo o País.

O debate reuniu, ainda, as ministras dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; da Igualdade Racial, Anielle Franco; da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; e dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo.

Abertura da 5ª CNPM

Na abertura da 5ª CNPM, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da participação feminina na democracia brasileira. “Esta conferência é também um grito contra o silêncio. Um grito pela liberdade das mulheres falarem o que quiserem, quando quiserem e onde quiserem. Não há democracia plena sem a voz das mulheres. De todas as mulheres: pretas, brancas, indígenas, do campo e da cidade”, afirmou.

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Realizada em Brasília de 29 de setembro a 1º de outubro, a conferência é organizada pelo Ministério das Mulheres e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. O encontro reúne mais de 3 mil participantes sob o lema Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas e marca a retomada da principal instância de participação social para formulação de políticas de gênero, após quase 10 anos.

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A programação inclui debates sobre combate à violência, igualdade salarial, políticas de cuidado, apoio ao empreendedorismo, saúde, educação e participação política, além de atividades culturais e exposições que valorizam a diversidade das mulheres brasileiras. Também estavam presentes representantes de movimentos sociais como a Marcha das Mulheres Negras, a Marcha das Margaridas, a Marcha das Mulheres Indígenas, a Marcha da Visibilidade Trans e a Caminhada Lesbi SP.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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Laboratório de Análise de Águas completa um ano com avanços no combate à poluição hídrica no Nordeste

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Inaugurado em setembro de 2024, o Laboratório de Análise de Águas (Lana), sediado no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), completa, em setembro, um ano de operação com resultados significativos no enfrentamento da poluição hídrica no agreste pernambucano. A equipe de pesquisadores tem concentrado esforços especialmente no polo têxtil da região, que reúne milhares de pequenas empresas e é responsável por um dos maiores volumes de produção de confecções do mundo.

O laboratório foi criado para ser um polo de referência no desenvolvimento de soluções para o tratamento de resíduos líquidos descartados no meio ambiente (efluentes). Segundo o pesquisador responsável pela condução técnica do projeto, Alex Neres, o primeiro ano do laboratório foi focado na geração de um volume expressivo de dados e no estabelecimento de parcerias com empresas locais. O monitoramento contínuo permitiu acompanhar, de forma inédita, a variação na produção ao longo do ano, identificando períodos de maior impacto ambiental relacionados ao calendário de produção do setor têxtil. Esse acompanhamento sistemático fornece subsídios para correlacionar a poluição com fatores econômicos e sociais da região.

“O Lana foi projetado e direcionado para dar suporte às pesquisas que visam aumentar a escala no tratamento de efluentes têxteis. Saímos do ambiente de laboratório, com efluentes simulados, para tratar efluentes reais, que mudam constantemente de composição. É fundamental saber o que de fato as empresas estão gerando, porque cada tipo de corante, metal ou resíduo impacta no processo de tratamento”, explica Neres.

Fotocatálise

A equipe do Lana, formada por técnicos e bolsistas, atua desde a coleta das amostras em lavanderias de Toritama (PE) até o desenvolvimento de tecnologias avançadas de tratamento, como a fotocatálise heterogênea. Esse processo utiliza catalisadores ativos à luz solar para remover corantes e microplásticos dos efluentes.

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“Hoje, algumas lavanderias já têm estações de tratamento próprias, mas os métodos convencionais, físicos, químicos ou biológicos, não conseguem reduzir totalmente a carga orgânica dos efluentes. O que estamos propondo é um refino desse processo, adicionando uma segunda etapa com a fotocatálise heterogênea, um dos chamados processos oxidativos avançados. Desenvolvemos um dispositivo que, ativado pela luz solar, promove a degradação das moléculas de corante e outros poluentes orgânicos ainda presentes após o tratamento inicial”, destacou o pesquisador.

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O objetivo é chegar, até o fim de 2025, ao Nível de Prontidão Tecnológica 6 (TRL 6), etapa que comprova a viabilidade da metodologia em escala relevante e prepara o caminho para a transferência ao setor produtivo.

Parcerias

Durante este primeiro ano, o Lana firmou parcerias com associações que representam dezenas de empresas locais. A atuação conjunta tem buscado sensibilizar o setor de que investir em tratamento e reuso da água, além de reduzir impactos ambientais, significa ganhos econômicos. “A partir do momento em que o empresário entende que não vai descartar efluentes poluídos e, ao mesmo tempo, vai economizar no consumo de água potável, o tratamento passa a ser atrativo”, observou Neres.

Em 2024, o laboratório iniciou seu trabalho com duas lavanderias. Hoje, já monitora sistematicamente seis unidades em Toritama e mantém cooperação com a associação que reúne cerca de 60 lavanderias legalizadas na região. As coletas quinzenais alimentam um banco de dados para medir a evolução da qualidade da água e do impacto das tecnologias aplicadas.

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O Lana se prepara para expandir sua atuação, apoiando futuros projetos voltados a outros tipos de poluição, como resíduos de fármacos e agrotóxicos. A expectativa é que a estrutura se consolide como referência regional para pesquisa aplicada, e como suporte a serviços e soluções de interesse da população e do setor produtivo. “O grande ganho desse primeiro ano foi aproximar ciência, governo e setor produtivo em torno de um problema ambiental crítico para o Nordeste”, conclui o pesquisador.

Contexto regional

O agreste de Pernambuco concentra um dos maiores polos de confecção do mundo, com a produção anual de cerca de 800 milhões de peças de vestuário. O setor movimenta aproximadamente R$ 5 bilhões por ano em cidades como Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama. Esse dinamismo econômico, sustentado por mais de 24 mil pequenos empreendedores, traz consigo um desafio ambiental de grandes proporções: a poluição hídrica resultante dos efluentes têxteis. Apesar da relevância do setor, estudos apontam que apenas cerca de 40% das lavanderias de jeans da região fazem algum tipo de tratamento da água utilizada em seus processos, o que potencializa a contaminação de rios e mananciais.

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Pesquisas reforçam a gravidade da situação. Um estudo conduzido pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) identificou que o Rio Ipojuca, que corta parte do polo têxtil, apresenta concentrações de amônio, ferro, manganês, alumínio e até resíduos farmacêuticos acima dos limites permitidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para corpos hídricos de Classe II. Da mesma forma, análises em sedimentos do Rio Capibaribe, outro curso d’água impactado pela atividade industrial, revelaram níveis de metais como cobre, chumbo e zinco em patamares superiores aos limites de segurança internacionalmente estabelecidos.

Além disso, uma dissertação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), avaliou a eficiência de estações de tratamento em lavanderias do agreste e apontou limitações na remoção de corantes e carga orgânica. Outro estudo da mesma instituição destacou os “gaps entre a situação real e a ideal” no beneficiamento de jeans, revelando falhas recorrentes na gestão de resíduos e no descarte de efluentes. Essas evidências reforçam a importância da atuação do Lana e do Cetene como um aliado estratégico para promover tecnologias capazes de mitigar a poluição e incentivar soluções de reutilização da água no setor produtivo.

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Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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