VÁRZEA GRANDE
‘Penelope’ e ‘Tenebrosa’: dupla é presa com cocaína, ecstasy e ‘loló’ em bar de Várzea Grande
Prisão em flagrante ocorreu em frente a estabelecimento no Parque Sabiá, que segundo a PM, já era monitorado como ponto de venda de entorpecentes; uma das suspeitas é ligada ao Comando Vermelho
Duas mulheres, de 18 e 22 anos, foram presas em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico na madrugada deste sábado (8), em Várzea Grande. A ação policial, que resultou na apreensão de cocaína, ecstasy (MDA) e solventes, ocorreu em frente a um estabelecimento comercial, o Bar Paraiso, localizado na Rua Quinze, no bairro Parque Sabiá. Segundo a Polícia Militar, o local já era alvo de monitoramento devido a informações prévias sobre a venda de drogas ali.
A operação, detalhada nos autos do processo, culminou na prisão de Gabriela de Souza Silva, 22 anos, e Ana Clara Perne Zuza, 18 anos.
O nervosismo que entregou o flagrante
A ocorrência teve início por volta da meia-noite , quando uma equipe do Grupo de Apoio (GAP) da 25ª CIPM realizava rondas pela região. Conforme o depoimento do 2º Sargento Alexsandro da Silva Costa , a guarnição avistou Gabriela, conhecida pelo vulgo “Penelope” , que “ao perceber a presença da viatura demostrou nervosismo tendo posto de forma repentina uma bolsa em cima de uma motocicleta”.
A reação imediata dos policiais levou à abordagem. Dentro da bolsa, foram encontradas “varias porçoes de substancia analoga a cocaina”.
A ‘Tropa do Urso’ e a fuga para o espetinho
Os policiais notaram que outra mulher, que acompanhava “Penelope”, havia se afastado rapidamente no momento da abordagem. Questionada, Gabriela a identificou como Ana Clara Perne Zuza, vulgo “Tenebrosa”. O apelido, segundo os militares, também já era conhecido e associado ao tráfico no bar.
Uma busca pela via pública localizou Ana Clara escondida dentro de um “triller de espetinho” nas proximidades. O depoimento do policial descreve que ela tentava “ludibriar a guarnição, se passando por atendente na venda de espetos”. A farsa foi desmentida pelo proprietário do estabelecimento, que “informaram nao conhece-la e que teria pedido para ficar ali ate que a policia fosse embora”.
Sem saída, Ana Clara “confirmou que estaria com ‘Penelope’ na venda dos entorpecentes”. Em uma casa nos fundos do trailer, onde “Tenebrosa” teria se trocado, os policiais encontraram uma camiseta com a frase “TROPA DO URSO”, idêntica à que Gabriela usava no momento da prisão.
O arsenal de drogas: De cocaína a solvente
Com as duas suspeitas detidas, as diligências avançaram. A polícia perguntou sobre a venda de “loló”, um solvente inalante, que também era alvo de denúncias. “Penelope” confessou, indicando que o produto estava “no fundo do bar paraiso dentro de um bag de latas”, onde foi prontamente localizado pela guarnição.
A apreensão mais significativa, contudo, ocorreu em um apartamento em uma região conhecida como “Complexo”, um conjunto habitacional ao final da rua do bar, que, segundo a PM, era utilizado pelas duas. No interior do imóvel, os agentes encontraram:
- 28 comprimidos de ecstasy.
- Uma “pedra” de pasta base de cocaína.
- Uma balança de precisão.
- Dois rolos de plástico filme.
O Laudo Pericial nº 311.3.26.9067.2025.065091-A01, emitido pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (POLITEC), confirmou a natureza das substâncias. As 25 porções (31,56 g) e a pedra (21,61 g) testaram positivo para Cocaína. Os resquícios na balança e nos plásticos também continham o entorpecente.
Os 28 comprimidos amarelos (23,78 g), em formato de “abacaxi”, foram identificados como MDA (3,4-metilenodioxianfetamina), uma substância da classe das anfetaminas popularmente conhecida como Ecstasy.
O líquido (loló), encontrado em um frasco de vidro âmbar rotulado como “Cola para Acrílico” , testou positivo para Diclorometano (Cloreto de Metileno). Este é um solvente químico com venda controlada pela Polícia Federal , classificado como “passível de ser empregado de forma ilícita… na preparação de diversas drogas”.
O direito ao silêncio
Na Central de Flagrantes de Várzea Grande, o delegado Claudinei de Souza Lopes ratificou a prisão de ambas por tráfico e associação para o tráfico. O boletim de ocorrência registra que Gabriela de Souza Silva (“Penelope”) pertence à organização “Comando Vermelho de Mato Grosso (CV MT)”. Ela já possuía um indiciamento anterior, também por tráfico. Ana Clara (“Tenebrosa”) não tinha passagens registradas.
Acompanhadas pelo advogado Joao Douglas Laurentino Souza , ambas as suspeitas exerceram seu direito constitucional de permanecer em silêncio durante o interrogatório, afirmando que só se manifestarão perante a Justiça.
Durante a ação no bar, um terceiro homem, Eliel de Souza Silva, foi detido por desobediência (Art. 330, CP). Segundo a polícia, ele estava “sob efeito de alcool” e começou a “atrapalhar o andamento dos trabalhos”, sendo também conduzido.
Após os procedimentos, as duas mulheres foram encaminhadas à Gerência de Custódia e Escolta Metropolitana.
CIDADES
Atendente nega tráfico, mas é preso com cocaína, maconha e balanças no Despraiado
Suspeito de 23 anos alegou à polícia que era coagido por outro homem, que fugiu; na delegacia, disse que era apenas usuário e que nada foi achado com ele.
A noite de sexta-feira (7) terminou na cadeia para um atendente de 23 anos em Cuiabá. Carlos Eduardo Pinho de Oliveira, conhecido pelo vulgo “Samurai”, foi preso em flagrante por tráfico de drogas. A prisão ocorreu em uma casa abandonada na Rua Budapeste, Bairro Despraiado. Policiais militares encontraram com ele e no local porções de pasta base, maconha, balanças de precisão e dinheiro trocado.
O suspeito apresentou duas versões conflitantes. Aos PMs, no calor da abordagem, disse ser coagido por um traficante. Na delegacia, negou o crime e afirmou ser apenas usuário.
A denúncia “formiguinha”
A ação policial começou de forma atípica. Uma pessoa foi presencialmente até a sede da 21ª CIPM. O comunicante, que “RECUSOU-SE IDENTIFICAR”, fez uma denúncia detalhada. Ele descreveu um homem (careca, camisa branca, calça verde) que estaria vendendo drogas no bairro. A modalidade era a “formiguinha”, pequenas entregas.
O denunciante também apontou o local: uma residência abandonada. O suspeito usava o imóvel para armazenar e manipular os entorpecentes.
Uma equipe da GAP (Grupo de Apoio) foi ao endereço. No local, os policiais visualizaram um homem com as características exatas da denúncia. Ao notar a viatura, “Samurai” demonstrou nervosismo. Ele tentou fugir para dentro da casa abandonada, mas foi seguido e abordado pela equipe.
O kit do tráfico
A busca pessoal revelou os primeiros indícios. No bolso da bermuda de Carlos Eduardo, os PMs encontraram uma porção de pasta base de cocaína, embalada em um invólucro azul. Com ele, havia também R$ 50,00 em dinheiro.
Questionado, o próprio suspeito indicou uma bancada dentro do imóvel. Ali, a polícia encontrou o restante dos materiais. Eram duas balanças de precisão, um pote de vidro contendo maconha e uma pedra maior de pasta base de cocaína.
No local havia ainda um pé de planta semelhante à cannabis sativa, R$ 39,00 em notas trocadas, uma faca de mesa e um cigarro de maconha parcialmente consumido. Os policiais apreenderam também um iPhone verde e um tablet amarelo.
Contradições na delegacia
No momento da abordagem, “Samurai” tentou se eximir da responsabilidade. Ele alegou aos policiais que estava sendo coagido a ajudar na venda. Segundo ele, o verdadeiro responsável, um homem de apelido “Orelha”, teria fugido pelos fundos ao notar a chegada da polícia.
Essa versão, contudo, mudou na Central de Flagrantes.
Perante a delegada Jannira Laranjeira Siqueira Campos Moura, Carlos Eduardo negou a acusação de tráfico. Ele afirmou que a residência pertence a outro indivíduo, identificado como “MARCOS VULGO ‘ORELHA’”.
O suspeito declarou que foi à casa apenas para comprar droga para uso próprio, pois se declarou usuário de maconha. Ele alegou que, no momento da abordagem, outros usuários e o próprio “Orelha” fugiram, restando somente ele no local.
Em um ponto crucial do interrogatório, “Samurai” afirmou que “nada de ilícito foi localizado em seu poder”. A declaração contradiz diretamente o relato policial, que registrou a apreensão de droga e R$ 50,00 em seu bolso. Apesar de negar o tráfico, o atendente admitiu que “faz tempo que compra drogas” naquele ponto.
Flagrante confirmado
Os policiais militares ouvidos na delegacia ratificaram a ocorrência. O condutor, Edgar Pessoa da Silva, confirmou toda a narrativa. A testemunha, o PM Cleberson da Silva Rafael, declarou que “CONFIRMA O DEPOIMENTO DO CONDUTOR”. O relatório policial observa que o depoimento da testemunha foi uma cópia idêntica da narrativa do primeiro policial.
As substâncias apreendidas foram enviadas à POLITEC. O laudo pericial foi juntado ao auto de prisão e deu resultado POSITIVO para Cocaína e para Cannabis sativa L. (Maconha).
Diante da materialidade (drogas) e dos indícios de autoria (contexto da prisão e apreensões), a delegada Jannira Laranjeira autuou Carlos Eduardo em flagrante pelo Art. 33, tráfico de drogas. Por ser um crime inafiançável, não foi arbitrada fiança, e o suspeito foi encaminhado à Gerência de Custódia.
Carlos Eduardo declarou em seu interrogatório ter apenas o ensino fundamental, trabalhar como atendente com salário de R$ 1.500,00 e não possuir antecedentes criminais.
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