Pesquisar
Close this search box.

ARTIGOS

A conexão entre natureza e interiores: o poder do paisagismo no conforto, bem-estar e equilíbrio.

Publicado em

Por Giovanna Trojan

Em um mundo cada vez mais urbanizado e tecnológico, a necessidade de nos reconectarmos com a natureza se torna urgente. Mais do que um desejo estético, essa conexão traz benefícios profundos para a saúde mental e emocional, promovendo sensações de equilíbrio, paz e aconchego. O conceito de biofilia, que propõe a integração de elementos naturais nos ambientes construídos, surge como uma resposta essencial para tornar nossas casas e locais de trabalho mais saudáveis e acolhedores.

Se em cidades quentes como Cuiabá a aplicação da biofilia já se mostra indispensável para a criação de microclimas mais amenos, essa necessidade se estende ao mundo todo. A temperatura global está subindo, e eventos extremos, como a onda de calor que atingiu o Sul e o Sudeste do Brasil nesta semana, demonstram o impacto crescente das mudanças climáticas. O design biofílico, combinado a soluções arquitetônicas inteligentes, é uma das formas mais eficazes de enfrentar esse desafio, reduzindo o impacto térmico e tornando os ambientes mais sustentáveis e confortáveis.

Além das plantas, que desempenham um papel fundamental na regulação da temperatura e na purificação do ar, a presença de elementos como espelhos d’água potencializa ainda mais essa sensação de frescor. Fontes, lagos artificiais e piscinas com integração paisagística não apenas ajudam a reduzir a temperatura ambiente, como também criam uma atmosfera sensorial agradável, com o som da água fluindo suavemente, proporcionando relaxamento e tranquilidade.

Advertisement

O impacto psicológico do paisagismo integrado ao design de interiores é imenso. Ambientes enriquecidos com vegetação e elementos naturais reduzem os níveis de estresse, melhoram o humor e aumentam a produtividade. Estar cercado de verde traz uma sensação instintiva de segurança e bem-estar, algo essencial em um mundo onde o excesso de concreto e a rotina acelerada nos afastam da nossa essência natural.

Além dos benefícios emocionais, a biofilia aplicada à arquitetura favorece o conforto térmico e a eficiência energética. Grandes vãos e esquadrias generosas permitem a ventilação cruzada, reduzindo a necessidade de climatização artificial e promovendo um ambiente naturalmente mais fresco. Telhados verdes, paredes vegetadas e jardins internos contribuem para minimizar os efeitos das ilhas de calor, tornando os espaços mais sustentáveis.

Diante das mudanças climáticas e do ritmo frenético da vida moderna, resgatar a presença da natureza nos espaços que habitamos não é apenas uma questão de conforto, mas de necessidade. A arquitetura deve ser pensada para acolher, equilibrar e transformar a relação do ser humano com o ambiente ao seu redor. Ao integrar paisagismo, água e luz natural de forma estratégica, criamos não apenas espaços mais belos, mas também um futuro mais harmonioso e sustentável para todos.

Giovanna Trojan é arquiteta e urbanista e diretora técnica da maior plataforma de arquitetura, arte, design e paisagismo das Américas em Mato Grosso, a CASACOR.

Advertisement
COMENTE ABAIXO:

ARTIGOS

INTELIGÊNCIA SENSÍVEL – Consciência encarnada: o corpo que sente e sabe.

Published

on

*Por Luiz Hugo Queiroz
A consciência não é vapor etéreo nem labareda trancada atrás da testa. Não é sopro metafísico preso a uma ideia. A consciência é corpo — corpo vivo, suado, atento. É carne que sente, é sangue que corre com pressa, é pulmão que se enche de mundo. Somos consciência porque somos carne que pulsa, pele que pressente, vísceras que reagem ao que as palavras não conseguem nomear. Cada sensação é um esboço de saber. Cada calafrio, uma forma de inteligência em ato.

A consciência não mora só na mente. Ela dança nas mãos que tocam o outro, se acende na pele que se arrepia, se esconde no estômago que revira diante do medo. A consciência é matéria sensível: pulsa no que há de mais sutil — e mais bruto — em nós.

Por séculos, fomos ensinados a separar o pensamento da carne, como se fosse possível flutuar acima da nossa própria biologia. Mas a ciência e a sensibilidade — quando caminham juntas — desmentem esse corte. O cérebro não pensa sozinho: ele conversa com o coração, com a pele, com os intestinos. Ele só é mente porque é corpo inteiro. Somos um campo de forças, um feixe de reações entre o que sentimos por dentro e o que o mundo nos impõe por fora.

Sentir dor não é apenas disparo neurológico — é a consciência gritando em forma de músculo. Um insight não é raio que cai do céu — é sintonia entre respiração e pensamento. O corpo é um oráculo antigo: pressente antes que a mente formule, reage antes que o juízo chegue. Ele carrega a memória dos silêncios e o eco do que um dia foi vivido.

Advertisement

Por isso, falar de consciência é falar do corpo que sonha e sofre, do gesto que escapa, do arrepio que antecipa. É falar de sangue e sombra, de suor e silêncio, de tudo aquilo que nos atravessa antes da linguagem.

Redescobrir a consciência encarnada é um gesto de reintegração. É dar à carne o que foi tomado pela abstração. É reencantar o corpo com o direito de sentir e o dever de saber. Pensar, afinal, é também transpirar, mastigar, andar, cochilar, hesitar. Somos seres pensantes porque somos seres que tremem, que tocam, que temem, que amam.

A consciência não é uma torre de marfim flutuando acima da vida. Ela é a própria vida — quando habitada por dentro.

*Luiz Hugo Queiroz é jornalista, especialista em Marketing Político, estudioso em Inteligência Artificial e amante da cultura, o levando a dirigir a maior mostra de arquitetura, arte, design, interiores e paisagismo das américas em Mato Grosso, a CASACOR.

Advertisement
COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

GRANDE CUIABÁ

MATO GROSSO

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA